Se existe uma sigla que todo investidor brasileiro precisa dominar, essa sigla é CDI. Ele não é apenas um índice, e sim o "custo de oportunidade" do Brasil. Se o seu investimento não rende, no mínimo, o que o CDI entrega, você pode estar perdendo dinheiro silenciosamente.
Neste artigo completo, detalhamos a mecânica por trás do Certificado de Depósito Interbancário, como ele é calculado pela B3 e como você pode usar ao seu favor.
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de emissão privada, negociado exclusivamente entre instituições financeiras.
Para entender sua função, precisamos olhar para a regulação bancária. O Banco Central exige que todos os bancos encerrem o dia com o caixa equilibrado. Porém, diariamente, alguns bancos têm mais saques que depósitos (ficam no negativo) e outros têm mais depósitos que saques (ficam com sobra de caixa).
Para zerar essa conta, o banco que tem dinheiro sobrando empresta para o banco que precisa de dinheiro, por um prazo curtíssimo (apenas 24 horas, conhecido como overnight). A taxa de juros cobrada nesses empréstimos de um dia é o que chamamos de Taxa DI ou, popularmente, CDI.
Muitos investidores acham que o Banco Central define o CDI, mas não é verdade. Quem calcula e divulga a taxa é a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), especificamente através da câmara da CETIP.
O cálculo segue uma metodologia rigorosa:
Coleta: A B3 coleta as taxas praticadas nas operações entre bancos do conglomerado financeiro (operações extra-grupo).
Filtro: São desconsideradas operações entre bancos do mesmo grupo (para evitar manipulação da taxa).
Média Ponderada: Calcula-se a média das taxas ponderada pelo volume das transações.
Divulgação: A taxa diária é divulgada e, posteriormente, anualizada (projetada para 252 dias úteis) para facilitar a comparação com outros investimentos.
Essa taxa média se torna o DI (Depósito Interbancário), que usamos como referência de rentabilidade (ex: 100% do CDI, 110% do CDI).
Selic e CDI andam de mãos dadas, mas possuem naturezas diferentes.
Selic Meta: É a taxa política, definida pelo Copom (Banco Central) a cada 45 dias. É o teto que o governo paga para quem compra títulos públicos.
CDI (Taxa DI): É a taxa de mercado, definida pela oferta e demanda de dinheiro entre os bancos privados.
Se o CDI ficasse muito abaixo da Selic, os bancos prefeririam emprestar dinheiro para o Governo (comprando Títulos Públicos na Selic) do que emprestar para outros bancos (no CDI). Para atrair esse dinheiro, a taxa do CDI fica muito próximo na Selic.
Historicamente, o CDI roda aproximadamente 0,10 ponto percentual abaixo da Selic Meta.
Estamos vivendo um ciclo de juros elevados. Com as decisões recentes do Copom visando controlar a inflação e estabilizar o câmbio, a taxa básica de juros se encontra em patamares restritivos.
Taxa Selic Meta: 15,00% a.a.
Taxa CDI Hoje (estimada): 14,90% a.a.
Rentabilidade Mensal: Aprox. 1,16% ao mês (bruto).
O CDI é o principal benchmark (índice de referência) da Renda Fixa. Quando você vê um investimento que rende "100% do CDI", significa que ele vai entregar exatamente a variação dessa taxa no período.
Veja o impacto prático:
Se o CDI sobe: Seus investimentos pós-fixados (atrelados ao CDI) passam a render mais automaticamente. É o cenário atual, favorável para quem busca segurança e retorno.
Se o CDI cai: A rentabilidade nominal diminui, embora a inflação também tenda a estar menor nesses períodos.
Selecionamos os melhores ativos que usam o CDI como motor de rentabilidade. Conheça as classes e suas tributações:
CDB (Certificado de Depósito Bancário): Você empresta dinheiro para um banco e recebe juros (ex: 110% do CDI). Tem garantia do FGC.
LCI e LCA (Letras de Crédito): Isentos de Imposto de Renda para pessoa física.
Fundos DI: Fundos de investimento que compram títulos atrelados à Selic e ao CDI. Ótimos para reserva de emergência e liquidez diária.
Debêntures (algumas): Títulos de dívida de empresas que podem pagar taxas altas, como "CDI + 2%".
O CDI é uma ferramenta poderosa para multiplicar seu patrimônio com segurança, especialmente no cenário atual de 2025. Entender sua dinâmica é o primeiro passo para sair da poupança e aproveitar as oportunidades que o mercado financeiro oferece.
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*As taxas mencionadas referem-se ao cenário de mercado de dezembro de 2025 e podem sofrer alterações diárias.