No Palavra do Especialista de hoje, vamos falar sobre o vencedor das eleições norte-americanas, o democrata Joe Biden. Além disso, vamos abordar sobre o risco de judicialização do processo, as propostas do candidato eleito para os EUA e seus impactos no Brasil. Continue a leitura!
Índice
Joe Biden foi eleito o 46º presidente dos Estados Unidos no último sábado (07/11). Após virada na Pensilvânia, o democrata reuniu mais delegados que o necessário para ganhar o pleito, e derrotou Donald Trump, candidato à reeleição.
Contudo, sua ascensão a presidência ainda não é oficial, pois diferentemente do Brasil quem tem o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os EUA não tem um órgão oficial que divulga as parciais dos resultados das urnas, por isso, as projeções da imprensa passam a ter maior relevância no acompanhamento da conquista de delegados.
Na mesma direção, apesar de ainda ter estados onde as apurações estão incompletas, é consenso que suas definições não interferem mais no resultado. Por esse motivo, Biden é amplamente tido como vencedor na imprensa americana desde sábado.
De qualquer modo, Trump já prometeu tomar medidas legais. A judicialização das eleições americanas trará lentidão ao resultado e pode demorar semanas até que eventualmente algum caso chegue a Suprema Corte.
Resumidamente, caso isso ocorra de fato, nove juízes (com maioria indicada por republicanos) terão de deliberar sobre o direito constitucional dos Estados de definirem as próprias regras eleitorais. Alguns juristas republicanos afirmam que o caminho para flexibilizar as normas eleitorais diante a pandemia deveria ter sido aprovado pelo Legislativo, e não outorgado por autoridades locais. Todo esse barulho sustenta um ambiente de incerteza a respeito do processo.
O problema é que Trump segue com discurso de fraude nas eleições, mas não apresenta nenhuma prova. Além do mais, especialistas dizem que o litígio de Trump tem remota chance de mudar o resultado da eleição, portanto, a tendência é que as acusações de Trump percam força com o passar dos dias. Por consequência, observamos o plano de governo do democrata e destacamos 5 dos principais assuntos, a seguir.
Biden pretende elevar os impostos para empresas de 21% para 28%. Além disso, ele pretende dobrar a taxa mínima sobre lucros estrangeiros (de 10,5% para 21%). Por outro lado, Biden incentivará fiscalmente em até 10% para certos investimentos de nicho na produção americana.
Uma das bandeiras de campanha do democrata foi a retomada do programa de saúde pública conhecido como Obamacare. O Obamacare é composto por regras federais que visam tornar os planos de saúde mais acessíveis, prestando mais atendimentos.
O presidente eleito pretende investir cerca de US$ 2 trilhões ao longo de quatro anos, voltado para o incentivo de energias renováveis.
O presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestou sobre o resultado das eleições americanas. Como bem sabemos, Bolsonaro apoiou o atual presidente Trump e, com a derrota, ele terá que se posicionar para manter o bom relacionamento com os EUA.
Contudo, Biden manifestou preocupação com a preservação da Amazônia e chegou a considerar represálias econômicas contra o Brasil se o desmatamento não parar.
Ele propôs que os países se reúnam para fornecer US$ 20 bilhões para a preservação da região. Em contrapartida, o presidente Bolsonaro não só deixou de parabenizar Biden, como optou por fazer mais um discurso bélico (em alguns momentos literalmente), ao dizer que “quando acabar a saliva tem que ter pólvora” em resposta à possível sansão do novo presidente americano.
Além disso, na última semana, Biden já havia argumento que “O Brasil está mal posicionado politicamente, é triste”, ou seja, pelos últimos acontecimentos, tudo leva a crer que a relação com a maior potência do mundo será delicada.
Por fim, no tocante às relações comerciais, Brasil e EUA devem seguir na busca de um amplo acordo de livre comércio entre os países.
Outro ponto é a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que outrora era apoiada por Trump, agora deve ser dificultada pela agenda democrata de Biden.
Ficaremos de olhos nos próximos capítulos das eleições americanas. Conte sempre com a Ativa. Para sanar quaisquer dúvidas, estamos à disposição. Até o próximo artigo!