Na palavra do especialista de hoje, falaremos sobre um tema que tem nos chamados a atenção: os emplacamentos de veículos novos e possíveis fatores que desencadearam essa nova dinâmica. Adicionalmente, vamos expor nossas estimativas para os itens “automóvel novo” e “automóvel usado” do IPCA.
Resultado da crise pandêmica vivida no mundo, observamos diversas montadoras que tem fábricas instaladas no Brasil sofrerem fortemente com a crise, a ponto de suspender temporariamente suas produções em meados de março.
Não obstante, e antes da suspensão temporária, assistimos a gigante montadora Ford encerrar suas atividades de produção no Brasil, o motivo: “à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
De dato, a Ford não figurava entre os veículos mais emplacados do Brasil, mas é a partir desse movimento que começas a enxergar uma nova dinâmica nas vendas de veículos no país.
Como podemos observar no gráfico acima, a retomada pós suspensão nos apresentou a Fiat como a nova líder absoluta de vendas de automóveis leves no país. Consequentemente, a liderança da empresa italiana trouxe impacto direto nas vendas de GM e Volkswagen.
Assim, acreditamos que um dos fatores para tal protagonismo seja o menor tempo de espera para adquirir um veículo da Fiat. Entendemos que todas as montadoras sofreram com o desabastecimento de componentes para montagem do veículo, mas, aparentemente, a Fiat teve menores problemas nesse front.
Adicionalmente, segundo estudos da ABLA (Associação Brasileira das Locadoras de automóveis), em 2021, as locadoras compram cerca de 20% da produção nacional de automóveis e comerciais leves.
Assim, podemos estimar que no caso da compradora, o racional da escolha do modelo deixa de ser um fator tão relevante, ou seja, o desconto adquirido no volume de compras, aliado ao menor tempo de espera, supostamente foram sido determinantes para a liderança da Fiat.
Por fim, já no tocante à inflação, estamos aprimorando consistentemente novas coletas tanto automóveis novos, como de automóveis usados, cujos pesos no IPCA são bem relevantes (2,99% e 1,89% no IPCA de julho). Desse modo, já aproveitamos a oportunidade para trazer nossa perspectiva para o IPCA de agosto desses itens, que são +0,22% e +0,24%, respectivamente.
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