Você já ouviu falar em debêntures incentivadas? Se busca por títulos de Renda Fixa com alta possibilidade de rendimento, é possível que sim. Afinal, essa pode ser uma alternativa vantajosa em muitos casos. Uma debênture é como um título de Renda Fixa (como o CDB), mas emitido por empresas. Por isso, eles não contam com garantia do FGC, o que expõe esse produto a outro tipo de risco, o risco de crédito. Ou seja, a possibilidade do emissor não honrar com o pagamento.
No entanto, eles compensam com uma rentabilidade um pouco maior que outros títulos de Renda Fixa. No caso das debêntures incentivadas, o lucro pode ser ainda maior. Quer saber por quê? Então, siga com a leitura!
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Uma debênture é um título emitido por uma empresa (de capital aberto ou fechado). Basicamente, ela funciona como qualquer aplicação de Renda Fixa. Uma debênture incentivada, no entanto, tem uma diferença significativa em relação a uma normal: isenção de Imposto de Renda. A ideia é que algumas debêntures são emitidas por empresas que usarão o dinheiro para investir na infraestrutura do país. Por exemplo, na construção de estradas ou de saneamento básico.
Para o investidor, a aplicação em debêntures incentivadas tende a ter um rendimento maior de acordo com o prazo. Afinal, a isenção no Imposto de Renda aumenta os ganhos recebidos. Por isso, é normal vê-las em carteiras recomendadas. Além disso, investir nesse tipo de debêntures traz benefícios para todo o país. Isso porque o dinheiro é usado por empresas para melhorar a infraestrutura nacional, além de gerar empregos.
Agora que sabemos o que são debêntures incentivadas e como funcionam, você deve estar pensando se vale a pena ou não investir nesse tipo de ativo. A resposta a essa pergunta não é única, uma vez que cada perfil de risco demanda por um tipo de estratégia diferente.
Portanto, antes de começar a realizar aportes financeiros em qualquer produto de investimento, é preciso realizar o teste API. O teste API (Análise de Perfil do Investidor) é um tipo de questionário de sondagem que busca identificar no indivíduo certas caraterísticas que o classificam dentro de categorias de investidor: perfil conservador, o moderado e arrojado (ou agressivo).
Essa avaliação está disponível nos sites dos principais operadores do mercado financeiro e apenas com ele será possível definir se as debêntures são os ativos mais indicados para você.
Sendo um produto de renda fixa, as debêntures podem ser utilizadas pelos investidores conservadores para compor a sua carteira, já que, para esse perfil, a tolerância ao risco é baixa. Outros perfis como os moderados ou arrojados podem utilizar as debêntures incentivadas como forma de diversificação da sua carteira, agregando maior segurança ao conjunto dos seus investimentos.
Como todo investimento, as debêntures incentivadas também oferecem alguns riscos. Inclusive, um pouco maiores do que outras aplicações de Renda Fixa. Confira alguns deles abaixo!
O principal risco desse tipo de investimento, claro, é o de calote. Caso venha a falir, a empresa pode ficar sem dinheiro para honrar os seus compromissos, o que envolve os investidores que adquiram as suas debêntures. Por isso é importante buscar por debêntures com bons emissores (ou seja, boa classificação de rating) e ficar de olho nas garantias disponíveis. O rating funciona por meio da avaliação dos analistas de mercado sobre a solidez de uma instituição.
Essas análises são abrangentes, observando, entre outros fatores, qual é a composição do patrimônio das empresas, a qualidade da sua gestão, o seu histórico de resultados, perspectivas futuras e a eficácia das suas estratégias que, juntas, compõem uma nota final. Quanto maior for essa nota, mais segura é a entidade emissora e mais seguro é o investimento em suas debêntures.
Outro risco considerável de uma debênture dessas é que não há boa liquidez no mercado para ela. Isso porque o prazo delas costuma ser maior que o de outros títulos de Renda Fixa. Por isso, o investidor deve se planejar bem para não precisar retirar seu dinheiro antes do vencimento da debênture.
A falta de liquidez torna esse ativo pouco indicado para os investidores interessados em formar uma reserva de emergência. Isso ocorre pois os recursos direcionados para esse objetivo precisam necessariamente estar rapidamente disponíveis para os momentos em que forem demandados, como crises, acidentes, doenças etc.
Por fim, outro risco das debêntures incentivadas é a mudança no mercado. Devido a sua própria natureza volátil, os mercados estão em constante movimento, empurrados pelos sentimentos de euforia e pânico expressos pelo conjunto dos investidores. Essa movimentação proporciona oportunidades diárias de negociação e lucros, porém também apresenta desafios.
Como o prazo das debêntures é longo e o seu rendimento pode ser fixo, há um certo custo de oportunidade. O custo de oportunidade (também conhecido de trade off) significa o que se deixa de ganhar com outros ativos ao se decidir por um ativo específico. Por isso, é necessário realizar um planejamento a longo prazo com boa diversificação da carteira.
O investidor deve optar pelas debêntures incentivadas em alguns cenários específicos. Em primeiro lugar, quando já tiver uma reserva de emergência mais segura para se proteger. Em segundo lugar, deve haver uma boa diversificação na carteira. Por fim, é importante verificar os seguintes cenários:
Atualmente, as debêntures incentivadas, em sua maioria, são usadas para emissões de títulos para financiamento de infraestrutura. No entanto, há alguns emissores que já estão com foco em emissões para investimentos sustentáveis.
A ideia é que investimentos em áreas ambientais sejam financiados parcialmente pela emissão de debêntures. Assim, seria criado um mercado de “títulos verdes” no Brasil. Todos os projetos de infraestrutura com impacto socioambiental positivo poderiam participar dessas vantagens
Caso tenha se interessado pela rentabilidade, a possibilidade de investir sem imposto de renda e demais características das debêntures incentivadas, você pode lançar mão desses títulos de maneira muito simples. O primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora de valores, que atua como uma instituição intermediadora dos seus investimentos.
Basicamente existem duas opções de aquisição: a primeira é por meio do mercado primário e a segunda é no mercado secundário. O mercado primário nada mais é do que a aquisição do título diretamente com a empresa emissora. Já o investimento via mercado secundário ocorre quando um investidor já posicionado em uma debênture decide resgatar o seu capital realizando uma venda do título que, no caso, pode ser adquirida por você.
Como citado, todos os processos de investimentos são realizados via corretora de valores, seja no mercado secundário ou no mercado primário. Portanto, observe bem as informações disponibilizadas. Afinal, a sua tomada de decisões sobre a inclusão desse produto em seu portfólio não deve estar baseada apenas na vantagem da isenção do IR, mas sim no alinhamento desse produto com os seus objetivos e perfil.
Como podemos observar, apesar de permitir que você invista com a isenção do IR, a aplicação em debêntures incentivadas precisa levar em conta a análise de muitos fatores. Dentre eles, a avaliação de risco das instituições emissoras, o perfil de risco do próprio investidor e os seus objetivos pessoais. Sendo assim, agora você já sabe tudo que há para saber sobre debêntures incentivadas e pode decidir se vai colocá-las ou não na sua carteira de investimentos.
É importante lembrar que, independentemente do seu perfil de investidor, a sua carteira deve contar tanto com produtos de renda fixa como de renda variável. O que vai mudar conforme o perfil será a proporção que cada classe de ativos ocupa em seu portfólio. Portanto, as debêntures incentivadas, além de ativos sustentáveis, também são ótimas opções de diversificação.
E aí, o que você achou do artigo? Gostou de conhecer mais sobre as debêntures incentivadas? Conte para a gente em um comentário abaixo! Aproveite para ler uma entrevista que fizemos com o sócio-fundador e gestor da Devant Asset sobre o mesmo assunto!