Inverso dos últimos meses, inflação de abril não surpreendeu
A inflação sempre tirou o sono dos brasileiros, e após período de inflação baixa como nunca vista no país, voltaram os rumores de um possível descontrole da inflação. Assim, o tema de hoje do Palavra do Especialista não poderia ser outro, falaremos sobre o IPCA de abril e as nossas perspectivas de inflação para 2021.
Em maio, conhecemos o resultado do IPCA de abril, que veio relativamente em linha com o esperado ao exibir avanço de 0,31%, ante expectativa de 0,29% da Ativa Investimentos, idêntica a mediana de mercado.
Com esse resultado o IPCA acumulado em 12 meses saltou de 6,10% para 6,76%, muito impulsionado pelo avanço de administrados, alimentos e industriais, a despeito de serviços que permaneceram comportados.
A média dos núcleos também veio relativamente em linha ao exibir variação de 0,33% ante 0,29% esperado por nós. Assim, quando acumulado em dose meses, a inflação estrutural segue avançando em ritmo relativamente dentro do esperado.
Dentre nossos principais desvios destacamos o avanço além do esperado de medicamentos (4bps) e higiene pessoal (3bps) na contramão do desvio baixista de gasolina (-2bps).
Entre os preços monitorados, os medicamentos sofreram com alta robusta no mês, isso se deu após autorização do governo de reajuste de até 10% nos medicamentos conforme sua classe terapêutica, elevando a inflação do item a 2,69% em abril. Contudo, vale destacar que normalmente esse reajuste é dado todos os anos no mês de abril, ou seja, apesar de ter surpreendido em sua magnitude, já esperávamos uma elevação nos preços.
Em contrapartida, ainda entre os preços administrados pelo governo, como podemos ver no gráfico abaixo, reflexo dos últimos reajustes praticados pela Petrobras, observamos a gasolina, e por consequência o etanol, apresentarem deflação após dez meses de pressão nos preços.
As estimativas de inflação para o restante do ano dependerão de um conjunto de premissas, mas, projetamos que com o avanço da vacinação e a reabertura de diversos locais, outrora obedecendo medidas restritivas para conter o avanço da pandemia, deverá implicar no setor mais comportado no momento: os serviços.
Por outro lado, entendemos que o choque de commodities agrícolas perderá ímpeto no segundo semestre e os preços deverão reagir com queda.
Por fim, com o comportamento da inflação dentro do esperado e a abertura das projeções do IPCA cheio sem grandes desvios, avaliamos que a projeção para o IPCA de 2021 permanece em 4,8%. Conte sempre com a Ativa. Para quaisquer dúvidas, estamos à disposição. Até o próximo artigo!
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Étore Sanchez