Você já notou que o seu dinheiro parece comprar menos itens no supermercado do que no ano passado? Esse fenômeno é o efeito prático da inflação. Para o investidor, acompanhar o IPCA acumulado não é apenas uma questão de curiosidade econômica, mas uma estratégia de defesa patrimonial.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o termômetro oficial da inflação no Brasil. Calculado mensalmente pelo IBGE, ele mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras.
O termo "Amplo" no nome indica sua abrangência: o índice reflete o custo de vida de famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, residentes nas principais áreas urbanas do país. Ele é utilizado pelo Banco Central como referência para o sistema de metas de inflação.
Acompanhar a evolução mensal é crucial para entender a tendência de preços. Até outubro de 2025, observamos uma volatilidade típica, com meses de alta pressão (como fevereiro) e até deflação (em agosto).
Confira a tabela atualizada do IPCA em 2025:
| Mês (2025) | Taxa Mensal (%) |
| Janeiro | 0,16% |
| Fevereiro | 1,31% |
| Março | 0,56% |
| Abril | 0,43% |
| Maio | 0,26% |
| Junho | 0,24% |
| Julho | 0,26% |
| Agosto | -0,11% |
| Setembro | 0,48% |
| Outubro | 0,09% |
Fonte: IBGE
Os dados de Novembro e Dezembro serão divulgados pelo IBGE nas datas subsequentes. Mantenha-se atento às projeções do Boletim Focus para o fechamento do ano.
Quando falamos em "inflação acumulada", geralmente nos referimos a dois recortes distintos que costumam confundir o investidor:
O índice mensal é um recorte instantâneo do momento, enquanto o acumulado oferece a visão panorâmica. Para metas de rentabilidade de investimentos, olhamos sempre para o acumulado de 12 meses ou mais, pois é essa a taxa que o seu dinheiro precisa superar para ter ganho real.
O cálculo não é uma média simples. O IBGE realiza a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) para saber o que a população consome. Com base nisso, cada item tem um "peso" diferente.
Se o preço do arroz sobe 10%, ele impacta o índice muito mais do que se o preço de um ingresso de cinema subir 10%, pois o arroz é mais essencial e frequente no orçamento.
Embora o IPCA seja o oficial, outros índices impactam seu bolso e seus investimentos:
O último trimestre não traz apenas festas; ele traz uma mudança estrutural na economia que pressiona o IPCA de formas específicas:
1. O Choque de Demanda do 13º Salário:
A injeção de recursos na economia via pagamento do 13º salário gera um aumento significativo na base monetária disponível para consumo. Economicamente, esse choque de demanda permite que o varejo recomponha margens de lucro, reduzindo a necessidade de descontos agressivos, o que sustenta o nível de preços em níveis elevados.
2. Inflação de Serviços e o Fator Turismo:
Diferentemente de bens duráveis, o setor de serviços apresenta maior rigidez de preços. Com a aproximação das férias de verão e festas de fim de ano, observa-se uma alta expressiva nos preços de passagens aéreas, hospedagem e alimentação fora do domicílio. Este fator costuma manter o IPCA pressionado entre dezembro e janeiro.
3. O Grupo Alimentação e Bebidas:
Historicamente, o final do ano coincide com períodos de instabilidade climática, afetando a oferta de produtos in natura. Simultaneamente, há uma mudança no perfil de consumo das famílias, que demandam itens de maior valor agregado para as celebrações. Essa combinação de oferta restrita e demanda aquecida torna o grupo Alimentação um dos principais ofensores do índice neste período.
Em um cenário de inflação acumulada próxima a 5%, a preservação do capital exige alocação em ativos que ofereçam proteção explícita ou implícita contra a alta de preços.
Títulos Públicos (Tesouro IPCA+): Estes títulos híbridos oferecem a variação integral do IPCA acrescida de uma taxa de juros real prefixada. São os instrumentos mais diretos para garantir a manutenção do poder de compra no longo prazo.
Debêntures Incentivadas e Crédito Privado: Títulos de dívida corporativa frequentemente utilizam o IPCA como indexador. Além da proteção inflacionária, oferecem um spread de crédito (prêmio de risco) superior aos títulos públicos, isento de Imposto de Renda para pessoa física em muitos casos.
Fundos Imobiliários (FIIs) de Papel: Fundos que detêm carteiras de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) indexados ao IPCA tendem a distribuir dividendos mais robustos em períodos de inflação alta, repassando a correção monetária aos cotistas mensalmente.
Proteja seu patrimônio com inteligência. O cenário inflacionário exige vigilância e estratégia. Para posicionar sua carteira de forma eficiente frente às variações do IPCA, conte com os especialistas da Ativa Investimentos. Abra sua Conta