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100 mil: e agora?

Por: Ilan Arbetman
22/03/2019
2 min

100 mil: e agora?

Há poucos dias, o índice Ibovespa alcançou 100 mil pontos, marca histórica para todo o mercado mobiliário de nosso país. Todavia, nossa confiança e otimismo não se contém com esta marca. Apesar da economia brasileira apontar evidentes sinais da necessidade de que seja trilhado um longo caminho que inclui reformas socioeconômicas, mudanças estruturais, a retomada de um pujante crescimento econômico assim como de melhores níveis de emprego, seguimos acreditando forte no potencial de nosso país e no importante momento econômico ao qual estamos passando, capaz de nos proporcionar outras vitórias.

Acreditamos que num curto prazo a conquista dos 100 mil pontos pode até ser cercada por algumas realizações, mas as mesmas não serão capazes de impedir o crescimento de nosso mercado. Até mesmo a presença de estrangeiros, que vinha em queda, deve ser retomada tão logo avancemos com as propostas de equilíbrio fiscal propostas pelo atual governo, sobretudo, através do projeto de reforma da Previdência.

O resultado do leilão de aeroportos nos sinalizou um exemplo da retomada de confiança e da assertividade por parte do governo para que os fluxos internacionais voltem a desembarcar por aqui.  Ademais, a atual temporada de balanços nos fornece mais um suporte para acreditarmos na manutenção e superação da marca alcançada pelo Ibovespa.

Acreditamos que estes fatos elencados, somados à resolução de questões macroeconômicas globais como o fim da guerra comercial entre EUA e China e o final de imbróglio quanto ao Brexit certamente nortearão a bolsa a obter novas conquistas. Ressaltamos que a Trade War possa interferir em especial nos setores de commodities, como aço e soja, ao passo que o Brexit pode apresentar impacto especialmente em empresas exportadoras de produtos agropecuários. Todavia, apesar das ameaças, acreditamos que o patamar alcançado pode ser mantido e efetivado.

Um dos motivos desta crença também advém do exterior. O papel das taxas de juros é fundamental para o entendimento da chegada aos 100 mil pontos mesmo sem estarmos presenciando um conto de fadas econômico.

A expectativa de manutenção da taxa de juros entre 2,25 e 2,5% por parte do FED diminui o apetite do investidor em deixar seus rendimentos por lá, trazendo mais benefícios para a exploração de mercados periféricos, como o nosso. Por aqui, aexpectativa de manutenção da taxa SELIC em 6,5% a.a. ou até mesmo a possibilidade de queda do patamar ao fim do ano diminui a rentabilidade dos investimentos tradicionais (ligados aos CDI, por exemplo) e pode significar um aumento percentual interessante de investidores na bolsa, número esse que apesar de estar em evidente crescimento, ainda é muito tímido. Somamos a esta análise o fato que,normalmente, quando as taxas de juros estão maiores no mercado, os preços se retraem.Logo um cenário de juros mais baixos é mais predisposto para o desenvolvimento dos valores das ações disponíveis em bolsa de valores.

Elogiamos ainda o trabalho da equipe econômica brasileira, sobretudo, a partir de junho de 2016, que vem realizando um efetivo controle do campo inflacionário, cujo aumento, em um regime de metas de inflação, é quase sinônimo de aumento de juros e condições adversas para a Bolsa de Valores. Assim, a manutenção de um patamar estável e dentro da meta é fundamental no entendimento do ânimo dos investidores nacionais e estrangeiros na bolsa assim como na conquista do patamar de cem mil pontos.

A importância do controle da inflação pode ser exemplificado pelo fato de, se considerarmos a inflação do período embutida aos preços dos ativos, estimativas apontam que o verdadeiro auge da bolsa aconteceu em 2008, mais precisamente no mês de maio, quando a bolsa apontava, nominalmente, pouco mais de 70 mil pontos. Segundo estudos, essa pontuação, corrigida atualmente, significaria algo em torno de 134 mil pontos. Ou seja, há espaço para continuarmos evoluindo.

Destacamos o desenvolvimento do perfil de investidor brasileiro, que ultimamente vem causando uma disrupção do modus operandi dos tradicionais bancos e, por conseguinte, das modalidades de investimentos oferecidas por estes.

De fato, a procura de soluções interessantes e mais aderentes ao perfil do brasileiro está revolucionando a indústria de investimentos no Brasil e esperamos que as condições econômicas, sociais e políticas do país possam continuar melhorando progressivamente, para que assim, mais pessoas possam absorver os encantos e as oportunidades que o mercado financeiro tem a oferecer.

Nós, da Ativa Investimentos, estamos prontos para ajudar o investidor brasileiro a entender este momento da bolsa e estamos inteiramente à disposição de todos que queiram fazer parte do desenvolvimento de um mercado financeiro saudável e sustentável.

Ilan Arbetman