Rally de fim de ano: os juros de 10 anos americano e 2024
Entramos no último bimestre do ano e sempre existe expectativa do famoso “rally de fim de ano”.
Entretanto, o que realmente desperta o interesse do investidor em meio a esse vasto oceano de informações, teses, cenários e ativos para escolher? Outubro marca o encerramento do ano fiscal para muitos players globais significativos, o que significa que novembro e dezembro sempre se tornam meses de realocação global. Essa é uma das razões por trás do rali de fim de ano.No entanto, novembro de 2023 promete ser especialmente crucial. Por quê?A importância reside na análise da posição técnica do PU (Preço Unitário) dos futuros dos juros de 10 anos americanos:
Os gráficos acima exibem dados de preços mensais em duas janelas de tempo diferentes, destacando o nível de suporte em 2006. Esse suporte representa a zona de acumulação que ocorreu entre julho de 2006 e julho de 2007, marcando a mudança nas taxas desencadeada pela crise financeira de 2008.
Um suporte adicional remonta a janeiro de 2000, antes do estouro da bolha das empresas ponto com. Olhar para o mercado a partir dessa perspectiva mais ampla e distante oferece uma visão diferente para quem planeja posições de longo prazo.
Em ambos os casos mencionados, a reversão nas tendências das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos ocorreu devido a eventos significativos e imediatos.
O ano de 2023 foi desafiador para muitos gestores de fundos brasileiros, pois esperavam uma recessão nos Estados Unidos em 2024, o que ainda não ocorreu. Isso levou a uma revisão das previsões para 2024/2025.
Essa expectativa reflete-se no comportamento dos preços dos títulos de 10 anos, tornando novembro um mês de extrema importância para o rumo das taxas de juros de longo prazo e, por conseguinte, para o que o mercado costuma chamar de “risco in”.
Se o mercado conseguir encerrar o mês com uma barra de candle maior do que a de outubro, as chances de queda nas taxas de juros futuras aumentam significativamente. Se o desempenho do mercado seguir na mesma direção em dezembro, com aumento dos preços e redução das taxas, é provável que 2024 se torne um ano de maior busca por alocação em ativos de maior risco.
Conclusão
Para aqueles que desejam estar à frente desse movimento, novembro é o mês para aumentar as posições de risco. No entanto, dado o cenário global ainda incerto e a possibilidade de uma tendência de queda nas taxas de juros de 10 anos nos Estados Unidos ao longo de 2024, pode ser aconselhável manter um nível de conservadorismo adicional
Por Jose Mauricio Dolabella Haddock Lobo