• Não há sugestões porque o campo de pesquisa está em branco.

Como saber a hora de sair de uma operação?

Por: Lucas Xavier
09/07/2020
3 min

Como saber a hora de sair de uma operação?

A renda variável no Brasil está se tornando cada vez mais atrativa após os consecutivos cortes da Selic. Isso acaba gerando um grande fluxo de novos investidores brasileiros na nossa bolsa, um interesse genuíno que entrou em novo patamar histórico.

Nesse contexto, investidores e traders estão se desenvolvendo aceleradamente, aprendendo os mais variados tipos de análise, como a fundamentalista e técnica. Além disso, têm utilizado serviços do Research para desenvolver mais estudos ou identificar oportunidades.

Falta de objetivo

Uma grande falha, ou uma questão de amadorismo, em grande parte dos novos entrantes está na questão do objetivo. Um investimento ou uma especulação devem atender requisitos específicos de cada um, vinculados a um objetivo de vida ou de curto prazo daquele investidor. Onde está a falha? Muitas vezes vemos pessoas comprando ou vendendo ativos a descoberto sem nem parar para pensar o que está buscando com aquela operação.

Por isso, qualquer investimento feito deve atender uma demanda específica daquele investidor. Afinal, todos querem a maior rentabilidade possível, mas nem todos estão dispostos a correr o risco que é necessário para isso. Além do mais, nem sempre precisamos da maior rentabilidade possível. Como assim?

Dependendo no nível de aporte de um investidor e o tempo que ele tem feito esse aporte de forma recorrente, ele alcançará um patrimônio relevante sem precisar correr riscos desnecessários. Como? Evitando ativos mais arrojados e que podem acabar atrasando o planejamento.

A importância do planejamento para saber quando sair de uma operação

A palavra chave do parágrafo anterior é planejamento. Você tem planejado o seu investimento ou sua especulação?

Na análise fundamentalista

Voltando às análises fundamentalista e técnica, a primeira serve para estudar o negócio e identificar se o preço atual praticado pela bolsa está justo comparado ao que vemos da empresa, seja através de múltiplos ou valuation. Um exemplo: um analista fez um valuation de Itaú e identificou que o preço da ação deveria estar na casa dos R$ 40,00. Na bolsa, se olharmos hoje, ela está abaixo de R$ 30,00. Logo, estamos falando de um ativo subvalorizado e que poderia ter uma oportunidade de compra. Lembrando que este é um exemplo hipotético. Qual o planejamento por trás desse investimento?

Primeiro de tudo: saber onde sairia e o motivo da saída. Se o ativo vale R$ 40,00, o que deveríamos fazer quando ele bater esse preço? Reanalisar o ativo, verificar se ainda tem potencial. Caso não tenha, o caminho é a saída total deste investimento. Também vale para o lado oposto. Se o ativo caiu para R$ 20,00 e, por análise de valuation, o analista percebeu que a saúde financeira do negócio piorou muito, a ponto da ação valer R$ 12,00 – ele deverá sair também.

Segundo ponto: esta estrutura de investimento atende às suas metas de rentabilidade, tempo e risco? Se a resposta for sim, tudo bem. Se for não, este investimento não é para você. Não porque seria ruim, mas simplesmente não está de acordo com seus objetivos.

Na análise técnica

Aí você me pergunta: e na análise técnica? Essa análise estuda o comportamento dos investidores e dos preços dos ativos via gráficos e indicadores estatísticos para definir pontos de compra e venda.

Exemplificando: um trader identificou que a ação do Itaú está no seu suporte histórico de R$ 20,00. Em outras palavras, existe probabilidade boa de que o ativo não caia além dos R$ 20,00 – podendo gerar oportunidade de compra. Logo, ele definiu o ponto de entrada dele.

Ainda nesse exemplo, o ponto de saída que ele pode definir é uma resistência próxima, vamos supor que seja R$ 22,00. Logo, ele estará comprando o ativo a R$ 20,00 já planejando vender a R$ 22,00 – um ganho de 10% se tudo der certo. Agora, ele precisa planejar o cenário em que dá errado. Se o ativo cair além dos R$ 20,00 ele precisa estipular um valor que deverá sair, não sendo uma diferença maior que 10% (ou seja, no máximo R$ 18,00 como ponto de saída) para manter relação risco/retorno positiva.

Resumindo: sendo investidor ou especulador, a sua função é estar avaliando aquilo que você está fazendo. Saiba o motivo de estar comprando e já imaginando o motivo (ou preço) que te faria vender ou reajustar sua análise.

O que não pode acontecer é entrar para “ver no que vai dar” e depois se perder em caso de volatilidade mais alta do mercado, se perguntando se deveria sair ou não.

Conclusão

Diante de tudo isso, aconselho você a:

  • se planejar;
  • manter o risco/retorno uma relação saudável para o seu dinheiro;
  • e buscar sempre estar aprendendo mais para que naturalmente consiga mais rentabilidade e alcance seus objetivos financeiros.

Espero que este artigo tenha ajudado! Aproveito para convidá-lo (a) a ler o primeiro artigo que escrevi aqui no #BlogDaAtiva. Descubra por que o caminho para se tornar um trader profissional envolve paciência e disciplina. Até a próxima!

Lucas Xavier