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Mudanças na expectativa de curva de juros

Por: Étore Sanchez
29/10/2021
1 min

Mudanças na expectativa de curva de juros

No dia último dia 27 de outubro, o Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa Selic em 150bps, em linha com o esperado por nós. Assim, a taxa básica de juro foi conduzida para 7,75% a.a..

Na oportunidade, avaliamos, bem como o comunicado pela autoridade, que o ritmo é suficiente para promover a convergência da inflação para meta no horizonte relevante para política monetária.

O Copom destacou a piora nos preços dos ativos, nos riscos fiscais e a consequente elevação do juro neutro. De maneira similar reforçou o compromisso com a meta de inflação.

As expectativas do BC para 2022 subiram de 3,7% para 4,1%, exigindo um esforço adicional de 200bps no observado na reunião anterior. Assim, para a completa convergência é necessário 300bps acima dos 9,50% apontados pelo Boletim Focus no final de 2022.

Por tanto, avaliamos que a autoridade deverá garantir outros 150bps para a reunião de dezembro. Com isso, esperamos que a taxa básica de juros termine 2021 em 9,25%. Em fevereiro, projetamos mais uma alta de 150bps fará com que a Selic atinja 10,75%, seguida de mais uma alta de 100bps em março e mais uma de 25bps, colocando a taxa básica de juros em 12%.

Como podemos observar no gráfico acima, a taxa deverá permanecer em 12% até setembro, pois em outubro, em nossa estimativa, poderemos ver o Copom iniciar o ciclo de baixa. Com dois cortes de 50bps o BC deverá fazer a Selic encerrar 2022 em 11%. Ao longo de 2023 o juro deverá ser conduzido para o neutro, estimado em 7,5%, ao passo de 50bps.

Algo que deve motivar também a aceleração mais do que proporcional projetada anteriormente por nós é a desancoragem da mediana das expectativas para 2023 e 2024, ambas em 2bps. Apesar de não acreditar nisso ainda, trata-se de um recado nítido dos agentes perante a perda de credibilidade da autoridade.

Como não poderia ser diferente, o novo cenário mata a atividade econômica. A perspectiva do PIB de 2022, recém revisado para 1,2% passa a 0,9%. Para 2023 o crescimento da economia, que antes estava em 2,0 transforma-se em 1,8%.

As expectativas de inflação seguem constantes uma vez que elevamos a Selic, seguindo acreditando que o BC fará o que for necessário para buscar a convergência. O IPCA de 2021 fica em 8,9%, de 2022 em 3,9% e 2023 em 3,0%.

Étore Sanchez