No noticiário econômico e nas rodas de conversa sobre investimentos, a inflação é a grande protagonista. Nos preocupamos com a alta dos preços, a perda do poder de compra e buscamos formas de proteger nosso dinheiro. Mas e quando o movimento é contrário? E se os preços, em vez de subirem, começarem a cair de forma generalizada e contínua.
Esse fenomeno, conhecido como deflação, pode soar como uma boa notícia a primeira vista. Afinal, quem não gostaria de pagar menos no supermercado, o combustível ou em um eletrodoméstico novo? No entanto, por trás dessa aparente vantagem, a deflação esconde riscos profundos que podem paralisar uma economia e impactar severamente seus investimentos.
Deflação é a queda generalizada, persistente e disseminada dos preços de bens e serviços em uma economia. Quando falamos de deflação, não falamos de uma liquidação sazonal no varejo ou na queda no preço de uma safra agrícola especifica, mas sim de quando o índice de preço oficial de um pais, como o IPCA no Brasil, registra taxas negativas por um período prolongado.
A deflação raramente surge do nada. ela é geralmente uma consequência de problemas mais profundos na economia, podendo ser causada por dois movimentos principais.
1. Choque de demanda negativo: Acontece quando há uma drástica redução na procura por bens e serviços. As famílias e empresas param de gastar e investir. Isso pode ser motivado por:
Nesse cenário, com prateleiras cheiras e poucos compradores, as empresas são forcadas a baixar os preços para tentar vender.
2. Choque de oferta positivo: Esta é uma forma mais rara e saudável de deflação. Ela ocorre quando um salto tecnológico ou um grande aumento de produtividade permite que as empresas produzam muito mais a um custo significantemente menor.
Esse excesso de oferta, se não acompanhada por u aumento proporcional da demanda, leva a queda de preços. Esse tipo de deflação raramente é forte suficiente para afetar a economia como um todo.
A principal ameaça da deflação é a criação de um ciclo vicioso auto reforçado, cujos principais estagio são:
1. Aumento das decisões do consumo: A expectativa de preços futuros mais baixos incentiva consumidores e empresas a postergarem aquisições e investimentos não essenciais.
2. Queda nos lucros das empresas: Com a demanda reprimida as empresas enfrentam queda no volume de vendas e são forcadas a reduzir preços, o que comprime diretamente suas receitas e margens de lucro.
3. Redução do investimento e do emprego: Em resposta a piora dos resultados financeiros, as companhias reduzem a produção, cancelam planos de expansão e podem realizar cortes de colaboradores.
4. Peso real da divida: O valor nominal das dívidas não se altera, nas em um ambiente de queda de preços e de renda, o esforço para quitá-las aumenta. O peso real do endividamento se torna maior, elevando o risco de inadimplência para famílias e empresas.
O ambiente deflacionário exige um ajuste na estratégia de investimentos, com foco na preservação de capital e na busca por retornos reais.
1. Renda Fixa:
2. Renda Variável:
O mercado de ações, de forma geral, pode ser negativamente impactado. A seleção de ativos torna-se ainda mais critica, devendo-se priorizar empresas com características defensiva:
A deflação é um desafio econômico complexo, cujos efeitos podem ser mais danosos que os de uma inflação controlada. Ela altera os incentivos econômicos, desestimulando o consumo e o investimento, elementos vitais para o crescimento.
Para o investidor, compreender a dinâmica da deflação é fundamental para justar a carteira de investimentos. Uma estratégia focada na diversificação, na qualidade dos ativos e no atendimento das diferentes classes de renda fixa é crucial para a proteção e o crescimento do patrimônio em qualquer cenário.
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