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O que esperar das empresas do setor de saúde na Bolsa?

Por: Pedro Serra
10/05/2021
2 min

O que esperar das empresas do setor de saúde na Bolsa?

Mesmo sem termos chegado sequer à metade do ano, já podemos afirmar que 2021 será o ano dos IPOs. O cenário de juros baixos e a alta demanda dos investidores incentiva as empresas a buscarem a Bolsa de Valores para se capitalizarem.

E o setor de saúde foi um dos que mais se destacou nessa corrida por abertura de capital em 2020/2021, com alguns nomes de peso estreando na B3. Entretanto, a pergunta que realmente interessa é: vale a pena investir nesse setor?

Quais empresas estão entrando na Bolsa e o que é esperado delas?

Somente neste ano, Dasa, Mater Dei e Kora Saúde já fizeram ou encaminharam suas ofertas públicas à B3.

Destaque também para Rede D´Or (#RDOR3), que fez seu IPO no final do ano; além dos follow-ons realizados pela Hapvida (#HAPV3) e Notre Dame (#GNDI3) em abril deste ano e dezembro de 2020, respectivamente.

A expansão do setor de saúde

Essa expansão observada no setor de saúde foi impulsionada por alguns fatores, dentre eles a própria pandemia de Covid-19, haja vista que a crise sanitária evidenciou a alta demanda por saúde no Brasil.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) revelou que o plano de saúde privado se tornou o principal desejo de consumo do brasileiro, em 2020. Apesar disso, apenas 22% da população brasileira possui acesso a esse tipo de serviço.

Já os dados mais recentes da Statista nos mostram que o Brasil gasta com saúde quase a metade do que os países da OCDE.

O número de médicos e leitos também está bem aquém do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Hoje, de acordo com os dados do DataSus, temos dois leitos para cada 1.000 habitantes, mas o recomendado pela OMS são três a cinco leitos para o mesmo número de moradores.

Além da escassez de oferta, existem sólidos fundamentos demográficos que justificam investir em ações do setor de saúde. O envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida aumentarão a demanda por saúde no longo prazo.

Adicionalmente, em um país em desenvolvimento como o Brasil, o setor privado cumpre um importante papel ao cobrir a oferta de serviços que a rede pública não consegue prover. Para fins de comparação, do total gasto com saúde no país (quando usamos o sistema), 5,4% vem do setor privado e 3,9% do setor público.

Além dos fatores macroeconômicos, operar uma rede de hospitais requer grande volume de capital, o que cria barreiras para a entrada no setor, tornando-o ainda mais atrativo aos investidores.

O que podemos esperar dessas empresas no futuro?

Diante dos fatores citados acima, e levando em conta que as empresas que realizarem suas ofertas estarão capitalizadas, podemos esperar uma consolidação do setor de saúde, que hoje é pulverizado e subpenetrado.

Fusões e aquisições já são uma realidade recorrente entre as redes hospitalares, ao mesmo tempo que essas aquisições também devem gerar oportunidades de crescimento inorgânico para as operadoras de planos que, muitas vezes, aproveitam para comprar as carteiras de beneficiários dos hospitais.

Para finalizar, e levando em conta esse breve panorama, reforço que o setor de saúde possui grandes oportunidades para o investidor.

A Rede D’Or, por exemplo, já realizou duas aquisições relevantes apenas neste último mês e possui um plano ousado de expansão de leitos.

Outra boa opção é a SulAmérica (#SULA11) que, no último ano, focou sua operação no setor de saúde ao vender o segmento de seguros de veículos, mas ainda está bastante subprecificada em relação aos seus pares na Bolsa. Quem quer aproveitar o crescimento do segmento, deve ficar de olho nessas oportunidades.

Pedro Serra