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Entenda o que é tripé macroeconômico e como te ajuda a investir

Por: Time Ativa
05/01/2023
3 min

Entenda o que é tripé macroeconômico e como te ajuda a investir

Frequentemente mencionado nos grandes jornais, o tripé macroeconômico é um dos mais importantes conceitos da economia do país. No entanto, você sabe do que ele se trata e como pode ajudar você a investir?

Criado e posto em prática em 1999 pelo então presidente do Banco Central Armínio Fraga, o tripé macroeconômico tem sido central na gestão da economia brasileira desde então. 

Sua função é trazer estabilidade para a economia brasileira, atraindo investimentos para que o país se desenvolva. Mas como essa estrutura pode te ajudar a investir? É o que veremos neste conteúdo! Por isso, siga a leitura!

O que é o tripé macroeconômico e quais são seus componentes?

O tripé macroeconômico é uma estrutura criada para “formatar” a gestão da economia brasileira. Ele é composto por três instrumentos diferentes, e seu objetivo é garantir que a nossa economia tenha uma performance específica.

Para ficar mais fácil de entender, pense no tripé como limites nos quais a economia brasileira deve ficar sempre.

O tripé macroeconômico é composto pelos seguintes instrumentos:

  • câmbio flutuante;
  • meta de inflação;
  • meta fiscal.

A seguir, veremos mais atentamente cada um dos seus mecanismos.

Câmbio flutuante

O câmbio flutuante determina que o preço de câmbio entre moedas estrangeiras deve ser determinado pela Lei da Oferta e Demanda. Ou seja, é estabelecido pelo mercado, com base nas negociações entre os investidores.

Antes da implementação do tripé, o Brasil trabalhava com uma proposta de câmbio fixo. Ou seja, o governo estabelecia qual era o valor de câmbio de uma moeda e não era possível comprá-la ou vendê-la por mais ou menos do que isso.

Entretanto, essa não era a maneira mais eficiente de organizar o câmbio. Isso porque havia diferença entre o câmbio fixo no Brasil e o flutuante no mercado internacional.

Explica-se: para manter o câmbio fixo, o Governo tinha de comprar dólares no mercado internacional e vendê-los aqui de modo a permitir que a taxa não oscilasse. No entanto, o valor pago lá fora era maior do que o vendido aqui e o custo para as contas públicas era muito alto.

Agora, com o câmbio flutuante, a relação entre oferta e demanda de moedas estabelece o “preço” entre as moedas de maneira mais eficiente e menos onerosa ao Governo.

Meta de inflação

O tripé macroeconômico dá ao Banco Central o objetivo de perseguir uma meta de inflação durante oano.

Na prática, estabelece-se todo ano um “teto” e um “piso” da inflação. Por exemplo, o teto pode ser de 5% e o piso de 3%. É função do Banco Central, portanto, tomar ações que influenciam o mercado a manter a inflação nessa faixa.

A principal ferramenta do Banco Central para isso é a Taxa Selic. A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária do BC se reúne para atualizar a Selic.

Se a inflação está acima do esperado, então a Selic aumenta. O objetivo é encarecer a oferta de crédito no mercado e, assim, reduzir a atividade econômica, segurando a inflação.

No entanto, se a inflação estiver abaixo do esperado, a Selic pode ser reduzida. Dessa forma, o crédito fica mais barato e, assim, a atividade econômica volta a aquecer.

Meta fiscal

O terceiro componente do tripé é a meta fiscal. Esse instrumento coloca uma política fiscal que o governo deve cumprir. 

Basicamente, a meta fiscal estabelece como o governo deve gerenciar suas receitas e gastos antes de pagar os juros da Dívida Pública. O objetivo é que as contas públicas terminem em superávit, ou seja, que “sobre dinheiro”.

Ao determinar essa política fiscal, o governo deve controlar seus gastos e agir de maneira mais responsável. Isso ajuda a ganhar confiança dos credores, atraindo investimentos a juros mais baratos.

Na prática, quanto mais confiável for o governo, mais barato é para atrair investimentos estrangeiros. Assim, o governo paga menos em juros. 

Como investir considerando o tripé macroeconômico?

Se o tripé influencia pesadamente a economia nacional, então é claro que vai afetar os seus investimentos. Por isso, é importante entender como organizar suas aplicações de acordo com as mudanças macroeconômicas.

É claro que essas adaptações dependem muito do perfil do investidor, objetivos e o prazo dos investimentos.

Por exemplo, alguém com o perfil conservador, focado em aplicações de Renda Fixa, deve sempre acompanhar o desempenho do país em cumprir as metas de inflação e fiscal.

Afinal, uma inflação acima da meta significa que, em pouco tempo, virá um aumento da Taxa Selic. Isso valorizará aplicações atreladas ao CDI, como CDBs, LCIs e LCAs.

O mesmo vale para quem tem perfil agressivo e investe em Renda Variável. Por exemplo, o câmbio flutuante é justamente o que permite investir na variação do dólar e lucrar com isso.

Portanto, é vital entender bem como o tripé funciona e quais são as mudanças macroeconômicas que ele gera. Assim, quando uma mudança do tipo acontecer, você poderá remanejar sua carteira da melhor maneira possível.

Quais cuidados ter em relação ao tripé nos investimentos?

Em primeiro lugar, é importante não desconsiderar o impacto do tripé nas suas aplicações. Não pense que ele não causará influências, pois afetará sua carteira de um jeito ou de outro.

Por exemplo, quando a Taxa Selic caiu a níveis recordes, isso levou os investidores a abandonarem a Renda Fixa e entrarem na Bolsa em busca de maiores ganhos.

A consequência foi um aumento gigantesco de investidores em ações. Isso trouxe maior oscilação nos preços e liquidez de ativos.

No entanto, esse exemplo também nos mostra o segundo cuidado: nada no segmento macroeconômico é eterno. Eventualmente, o pêndulo girou e, agora, a Selic voltou a subir, o que tornou a Renda Fixa novamente atraente.

Por isso, assim, podemos concluir que é importante considerar o tripé ao montar uma estratégia de investimento, mas devemos ter cuidado ao peso que damos a ele na análise. Lembre-se de considerar o seu perfil de investidor e ver se as mudanças macroeconômicas vão afetar sua carteira. Também considere o prazo das suas aplicações para saber se deve (ou não) fazer alterações.

Pronto! Agora você já sabe o que é tripé macroeconômico e como ele afeta as finanças do país. Assim, também já entende como ele pode influenciar seus investimentos e seu posicionamento do mercado.

Time Ativa