Educação financeira: como ensinar os filhos a poupar e a investir
A cultura de educação financeira não é uma realidade em todas as casas brasileiras. Boa parte da população adulta não sabe lidar com dinheiro de forma correta e, por consequência, não consegue transmitir conceitos básicos para os filhos.
Nesse sentido, não há um entendimento geral sobre como lidar com os próprios recursos. Essa é uma consequência, principalmente, do cenário econômico vivido no país no último meio século, com o aumento da inflação.
Por isso, é preciso aprender sobre finanças e, com o tempo, repassar o conhecimento adquirido às crianças. Mas você sabe como fazer isso? Continue a leitura e descubra as melhores práticas para educar financeiramente os filhos!
Índice
Por que ensinar os filhos a investir?
É uma triste realidade, mas o fato é que muitos pais ainda veem a educação financeira como algo supérfluo ou um tipo de conteúdo complementar na formação dos seus filhos. Muitos pais ou responsáveis, não conseguem responder para si mesmos o porquê aprender sobre finanças e investimentos seria uma prioridade, e como consequência não dão valor à necessidade de transmitir esse conhecimento aos seus filhos. No entanto, você como pai, mãe ou responsável por uma criança certamente deseja a felicidade e o sucesso do seu filho em todas as áreas.
Todos os pais querem ver os seus filhos crescendo com saúde física, saúde financeira e aptos a realizarem todos os seus sonhos e objetivos. De igual modo, todos os pais esperam que os seus filhos um dia se tornem independentes e de alguma forma impactem de maneira positiva as pessoas e o mundo ao seu redor.
Esse sentimento universal, por si só, justifica a necessidade de dedicar tempo e esforço na educação financeira dos seus filhos, mesmo que essa não tenha sido uma preocupação ao longo da vida dos pais. Afinal, é da natureza humana esperar que as gerações evoluam ao longo do tempo, e que os erros do passado não mais se perpetuem.
Qual é o contexto histórico do nosso país?
Desde o Plano Real, o cenário econômico brasileiro tem mudado bastante. Nos últimos 20 anos, houve uma melhoria estrutural no sistema financeiro brasileiro graças à evolução do ambiente macroeconômico. Hoje, é muito mais fácil ter acesso a informações relevantes sobre finanças e investimentos graças à internet e a inúmeros aplicativos que surgem a todo momento.
Nesse contexto, houve uma maior eficiência na gestão de riscos e garantias, mais tipos e maior sofisticação de investimentos, além de maior acessibilidade aos produtos. No entanto, para a maior parte da população, a situação ainda é preocupante. Segundo uma pesquisa feita pelo SPC em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 4 em cada 10 brasileiros adultos estão endividados.
Quais as vantagens de ensinar as crianças a investir?
Praticamente todos os desafios que enfrentamos atualmente em nível global, passam em alguma medida pela mudança cultural, adoção de novos valores que se refletem em novos comportamentos.
Desafios como respeito ao meio ambiente, consumo sustentável, eliminação do desperdício e solidariedade são temas que parecem pertencer ao mundo dos adultos, mas que são mais facilmente incorporados na infância, quando essas ideias e valores ainda estão sendo formadas. Cada um desses itens se relacionam com a forma como organizamos nossos recursos e fazemos escolhas.
Portanto, ensinar sobre a importância do trabalho, da poupança e dos investimentos inteligentes, ajudará as crianças a serem menos imediatistas, ampliar os seus horizontes, pensar no longo prazo e focar na construção de um patrimônio, e não apenas suprir vontades e desejos atuais. Assim, a grande vantagem da educação financeira é que ela extrapola para outras áreas da vida, ajudando a criança a se tornar um adulto mais disciplinado, responsável e consciente em todas as demais áreas da sua vida.
Por fim, é importante destacar que ensinar educação financeira aos seus filhos proporciona benefícios não apenas para as crianças mas também para os pais. Afinal, os filhos geralmente recorrem aos pais quando precisam de dinheiro emprestado ou mesmo quando passam por momentos de dificuldades e apertos financeiros.
Ao trabalhar para criar uma geração de adultos financeiramente responsáveis, você também está contribuindo para a mudança cultural tão necessária para a nossa sociedade. No final, os benefícios de um nível maior de poupança e investimento por parte da população acabaram se refletindo no desenvolvimento sustentável do país no futuro.
Quais as 5 dicas para ensinar educação financeira aos filhos?
O primeiro passo para implementar uma cultura de educação financeira é a conscientização da importância de poupar e investir. A partir disso, listamos algumas dicas para que os pais possam ensinar os filhos a lidar com dinheiro desde cedo. Confira!
1. Dê o exemplo
A melhor maneira de ensinar alguma tarefa aos filhos é por meio de bons exemplos. Por isso, a sua postura em relação ao dinheiro exercerá uma influência maior do que qualquer outro ensinamento. Dê o exemplo! Mostre quanto precisou trabalhar para pagar por um determinado bem e como o planejamento foi importante nesta construção.
Considere também investir em uma previdência infantil, pois assim você pode aos poucos construir um valor para ser usado em benefício do seu filho no futuro, como o pagamento de um curso superior, cursos profissionalizantes, novas experiências no exterior e outros.
2. Compre dois cofrinhos transparentes
Seja qual for a idade do seu filho, leve-o até uma loja para comprar dois cofres, de preferência, transparentes. Um para você e outro para ele começar a investir. As crianças são muito visuais e, se puderem enxergar a evolução (ou seja, ver os cofrinhos ficando cheios), terão um estímulo ainda maior para o aprendizado de poupar. Faça essa tarefa em parceria com seu filho, para mostrar o quanto você também se dedica à tarefa de poupar.
3. Ensine a guardar dinheiro
Crie o hábito de poupar um valor no seu cofre todas as semanas e explique que aquele dinheiro foi conquistado com muito trabalho. Como eles não trabalham e não têm renda, peça para que executem pequenas tarefas domésticas “remuneradas” (ideal é começar na faixa dos 3 aos 7 anos). Em algum momento, ajude seu filho a definir o que quer comprar com o dinheiro guardado. Se for um brinquedo, leve a criança até uma loja e deixe que ela faça o pagamento.
4. Cofrinho dos 10%
A partir dos 7 anos, compre um cofrinho transparente extra para o filho. Um será chamado Cofrinho dos 10% e, o outro, Cofrinho dos Sonhos. No Cofrinho dos 10%, ele deve guardar 10% de todo o dinheiro que receber, seja mesada, presentes, pequenas recompensas e por aí vai. Quando o cofrinho estiver cheio, abra uma conta de investimentos e ajude-o a fazer algumas aplicações. Se você já criou uma carteira de investimentos para o seu filho, mostre o que já foi feito e explique como essa tarefa foi realizada. Defina objetivos para esta quantia: pagar faculdade, uma viagem ou simplesmente criar uma reserva financeira para o futuro.
5. Cofrinho dos Sonhos
Já no Cofrinho dos Sonhos, o seu filho ou filha vai guardar o dinheiro para realizar sonhos, desde os mais simples até os maiores. Isso lhe trará uma visão de que é possível conquistar o que se quer com dedicação, esforço e trabalho. Assim, vai aprender a fazer escolhas e a controlar impulsos para atingir um objetivo maior.
Qual o caminho para a independência financeira?
Por mais que seja doloroso para muitos pais, um dia as crianças crescem. Vai chegar a hora em que elas serão cada vez mais responsáveis pela administração da própria vida e dinheiro. O mais importante é tornar o aprendizado sobre dinheiro e investimento em algo natural e prazeroso. Assim, ensinar os filhos a lidar com dinheiro é um dos melhores presentes que os pais podem dar. E vai muito além!
A educação financeira é um instrumento poderoso. Afinal, ela contribui para resultados que extrapolam a vida particular das crianças, afetando também a sociedade e a cultura do país. Como vimos ao longo do texto, se a educação financeira estiver associada a valores como respeito pelo que é do outro, integridade e consciência social/ambiental, você estará contribuindo para a construção de uma sociedade melhor, mais justa, próspera e sustentável.
Gostou do artigo? Já se sente convencido em tornar a educação financeira uma prioridade na formação dos seus filhos? Já está considerando criar uma previdência privada para seu filho? Então, aproveite para curtir a nossa página no Facebook e assim ter acesso a informações valiosas sobre este e outros assuntos. Até a próxima!
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