Investir na Bolsa de Valores não é tarefa fácil. É preciso muito estudo para ter resultados consistentes. No entanto, é verdade que existem muitas formas diferentes de agir e de tentar ganhar ao negociar ações. Uma das mais interessantes é o Long & Short.
O termo em inglês pode parecer estranho aos ouvidos, mas você provavelmente já ouviu algum amigo investidor falar coisas como “estou comprado” ou “estou vendido”. Nesses casos, ele provavelmente falava em fazer um Long & Short.
Se você quer saber como se proteger de variações do mercado, precisa conhecer essa estratégia. Afinal, ela pode ajudar sua carteira a lucrar mesmo em épocas de instabilidade. Portanto, siga com a leitura!
Índice
Como o nome já indica, o Long & Short é uma estratégia de investir na Bolsa de Valores composta por dois momentos. O primeiro deles é o Long — ou, como costumamos dizer no Brasil, a posição comprada.
Fazer um Long é realizar a ação mais comum na Bolsa de Valores: comprar ações esperando a sua valorização.
Já o Short é uma estratégia um pouco mais rara, não muito usada por quem é iniciante. Ela consiste em vender uma ação (sem tê-la na carteira) com a expectativa de queda para recomprar a ação no preço inferior ao vendido. Em seguida, o investidor aguarda que o seu valor caia para recomprá-la e devolvê-la ao dono, embolsando o lucro.
Como você provavelmente já deduziu, Long & Short é, portanto, realizar as duas estratégias ao mesmo tempo.
O funcionamento do Long & Short permite ao trader ampliar os seus ganhos ao explorar correlações entre determinados ativos. Ou, em casos específicos, se aproveitar de comportamentos atípicos do mercado.
Isso acontece porque os ganhos dessa operação dependem da relação entre os ativos. Portanto, a estratégia tem a capacidade de potencializar lucros. Por exemplo, se o ativo comprado cresceu 15% e o ativo vendido perdeu 10%, o ganho total da estratégia é de 25%.
Para o investidor, no entanto, o ganho foi de 10% do valor da operação, já que ele coleta os lucros dos dois lados. Lembrando que é importante contabilizar os custos operacionais desse tipo de operação como corretagem, aluguel das ações e taxas da bolsa.
Existem diferentes maneiras de realizar essa operação no mercado financeiro. Confira a seguir algumas delas!
Essa modalidade de operação consiste em usar ativos de empresas do mesmo setor na operação. Por exemplo, duas empresas de tecnologia ou duas de construção civil.
Uma variação disso é o Inter-setorial, que consiste em usar ativos de setores diferentes para realizar a operação.
Consiste em fazer a operação usando ações da mesma empresa. No caso, ações ordinárias e preferenciais. Normalmente, há correlação negativa entre esses papéis e, por isso, é o tipo de Long Short mais conservador que existe.
É uma variação da modalidade anterior. No entanto, consiste em usar ações de uma empresa-mãe e de uma de suas subsidiárias.
Agora que você já entendeu o que é operar comprando e vendendo ao mesmo tempo, é hora de entender quais são as vantagens dessa estratégia. Veja algumas a seguir!
Um dos principais benefícios de um Long Short é não depender do desempenho do mercado de ações para ter lucro. Basta encontrar ativos com correlação negativa (um sobe e outro desce) para lucrar.
Como parte da estratégia consiste em operar vendido, ela permite que seja possível ganhar dinheiro mesmo em momentos de baixa do mercado financeiro. Afinal, quanto maior a desvalorização do ativo em Short, maior o lucro.
Outra curiosidade interessante é que mesmo quando não há valorização ou desvalorização expressiva dos ativos é possível ter lucro, já que o lucro será a soma de duas operações, deixando ele maior.
Um dos benefícios do Long & Short é a possibilidade de usar a alavancagem para movimentar valores muito maiores do que os que o investidor tem. Como consequência, é possível ganhar lucros substanciais assim.
Em primeiro lugar, nenhuma aplicação ou estratégia de Renda Variável é livre de riscos. Na verdade, ainda que as aplicações de Renda Fixa tenham certas proteções (como o FGC), nenhuma delas é 100% livre de riscos. Com os investimentos de Renda Variável, então, o risco é maior ainda.
Nesse contexto, fazer uma estratégia de Long & Short oferece riscos equivalentes ao de investir no mercado de ações. Afinal, por melhor que seja a Análise Técnica ou Fundamentalista, não há garantias de como determinado papel vai performar.
A parte boa dessa estratégia, no entanto, é o fato de que há camadas extras de proteção no Long & Short. Isso porque existem 4 potenciais cenários para o resultado da estratégia e só 1 representa uma perda completa. São eles:
A parte positiva do Long & Short é que, mesmo nos cenários 2 e 3, o investidor pode evitar prejuízo. Por exemplo, no cenário 2, se o Short se desvalorizar mais do que o Long, a estratégia ainda é lucrativa. No cenário 3 também: se o papel do Long subir mais que o do Short, a estratégia ainda dá lucro.
É claro que o oposto é verdadeiro: se o resultado entre as duas operações for negativo, o investidor perde dinheiro. No entanto, como existem duas ações, os prejuízos de um lado são mitigados pelos ganhos do outro.
Ainda assim, é importante ter em mente que a estratégia tem seus riscos. Portanto, ela é recomendada para quem tem perfil agressivo e aceita os riscos em troca do potencial de ganho.
Se você ficou interessado em fazer Long & Short, vamos mostrar um exemplo prático dessa estratégia. Para isso, usaremos dados passados da Bolsa de Valores. No entanto, é importante ter em mente que resultados antigos não são garantia de rendimentos futuros. Afinal, as ações se movimentam nos contextos de cada dia e tendências de cada momento.
Nessa simulação, vamos considerar um Long & Short de quase um mês, começando em 11/01 e finalizando em 08/02. Esse período foi escolhido de forma arbitrária, apenas para o exemplo.
Vamos supor que, ao redor do dia 10/01, nós tenhamos recebido um relatório de Análise Técnica da nossa corretora. Nesse relatório, o analista chamou a atenção para o potencial de subida da Magazine Luiza (MGLU3) nos próximos 30 dias. Além disso, o analista também mencionou a possibilidade de queda da holding Itaúsa (ITSA4) no mesmo período.
Identificando a oportunidade, graças ao relatório da corretora, resolvemos fazer o Long & Short. Nesse caso, estabelecemos um orçamento de oportunidade de R$10.000,00. Portanto, alugamos e vendemos 843 ações ITSA4 no dia 11/01, no valor de R$11,85 cada. Essa foi a cotação de fechamento do papel no dia.
Com o dinheiro levantado (R$9.989,55), compramos 425 papéis MGLU3. Essas ações fecharam o dia 11/01 em R$23,49. Portanto:
No fim do nosso prazo (dia 08/02), vendemos as ações MGLU3, recompramos ITSA4 e devolvemos os papéis para a corretora. Pelas cotações da data, tivemos os seguintes resultados:
Assim, vendemos nossos 425 papéis MGLU3 por um total de R$11.118. Desse montante, usamos R$8.935,80 para comprar as 843 ações ITSA4 para devolver à corretora. Portanto, tivemos um lucro de R$2.182,20 – a taxa de aluguel da corretora no período. Se nosso “orçamento” inicial foi de R$10.000, tivemos um ganho de 21,82%.
Agora que você já sabe o que é o Long & Short, deve ter percebido que é importante ter uma boa corretora ao seu lado. Afinal, além da possibilidade de encontrar oportunidades para agir, uma boa corretora tem condições adequadas para essa estratégia. Isso inclui a possibilidade de alavancar o investimento, por exemplo.
Portanto, se você quer fazer Long & Short na Bolsa, a Ativa Investimentos pode ser sua melhor aliada para isso. Quer saber como podemos ajudar? Então, entre em contato e conheça nossas vantagens agora mesmo!