Circuit Breaker: como esse mecanismo impacta o mercado?

Todos sabemos que certas notícias podem influenciar o comportamento da bolsa de valores em relação ao valor dos ativos negociados. Se, em alguns casos, elas são positivas e ajudam a valorizar os papéis, há também as situações em que a queda na cotação dos ativos pode ser frustrante para os planos de muitos investidores.

Para minimizar esses efeitos negativos, existe um mecanismo aplicado pela bolsa quando esse tipo de situação acontece. Nesses últimos dias, o chamado circuit breaker foi acionado pelo Ibovespa. Você sabe o que ele significa?

O acionamento recente se deu no contexto da crise provocada pelo novo coronavírus e pela queda nos preços do petróleo. Mas, essa não foi a primeira vez na história que ocorreu um circuit breaker.

Entenda como, de fato, essa ferramenta impacta o mercado, em especial para quem investe no mercado de ações. Continue a leitura e entenda!

O que é circuit breaker?

É chamado de circuit breaker o mecanismo de segurança acionado pela Bolsa de Valores para interromper a sessão quando ocorrem oscilações muito bruscas e atípicas no mercado acionário.

Toda vez que isso acontece, o circuit breaker é acionado com o objetivo de balancear as ordens de compra e venda dos investidores. Isso protege o mercado da volatilidade, uma variável econômica que representa a intensidade e a frequência em que ocorrem as movimentações do valor de um determinado ativo dentro de um período de tempo.

Portanto, essa é uma medida para proteger o investidor e o próprio mercado de ações. A ideia é evitar que os efeitos de um acontecimento repentino, como ocorreu em função do coronavírus, prejudique os investimentos realizados na Bolsa.

Como surgiu o circuit breaker?

Termo “importado” do setor elétrico para o mercado financeiro, o circuit breaker foi pela primeira vez aplicado na Bolsa de Valores de Nova Iorque. O que motivou essa iniciativa foi o evento que ficou conhecido como Segunda-feira Negra, em 19 de outubro de 1987. Na ocasião, o índice Dow Jones sofreu uma queda acentuada, registrando perdas de até 22,6% e deixando os investidores em pânico.

A solução encontrada na época foi interromper as negociações no balcão, dando tempo para que os acionistas reconsiderassem suas intenções de vender os papéis. A medida surtiu efeito e passou a ser incorporada pela instituição, tornando-se um modelo de medida preventiva adotado por diversas bolsas pelo mundo, inclusive a brasileira.

Qual o histórico de circuit breaker?

O mês de março de 2020 ficou marcado pela sucessão de acionamentos de circuit breaker necessária para conter as quedas na bolsa brasileira. Em um intervalo de apenas dez dias, foi preciso recorrer ao mecanismo por seis vezes para evitar as consequências da queda acentuada de diversos ativos.

Nessa ocasião, foram os desdobramentos do início da pandemia de covid-19 que causaram uma grande instabilidade no mercado financeiro. Antes disso, o mecanismo havia sido acionado por dezoito vezes em cinco anos diferentes.

Veja, a seguir, um breve resumo sobre o histórico de circuit breaker no Brasil.

1997 – Crise na Ásia

A crise financeira que países como Coréia do Sul, Malásia, Tailândia e Filipinas atravessavam em 1997 teve seu ápice quando a Bolsa de Hong Kong registrou queda de 10,4%. A Bolsa de Valores por aqui também sentiu os efeitos, precisando paralisar as negociações por três vezes.

1998 – Crise na Rússia

No ano seguinte, foi a Rússia que se viu em uma situação financeira adversa, chegando a declarar que não seria capaz de pagar suas dívidas. Mais uma vez, a instabilidade do outro lado do mundo afetou o mercado brasileiro, de modo que o circuit breaker teve de ser acionado por 5 vezes naquele ano.

1999 – Desvalorização cambial

Com a mudança do regime cambial em 1999, o Banco Central teve de negociar dólares no Mercado Futuro. Devido ao aumento da quantidade de moeda americana no país, a cotação de diversas ações na Bolsa despencaram. Dois acionamentos de circuit breaker foram necessários para conter a situação.

2008 – A grande crise imobiliária

A crise imobiliária americana de 2008 ainda está bem viva na lembrança de muitos, já que foi uma das maiores da história e teve escala global. No Brasil, foi necessário acionar o mecanismo de segurança em 6 oportunidades para mitigar os efeitos sobre nossa economia.

2017 – Escândalos na política

Quando delações de executivos da empresa JBS colocaram o então presidente Michel Temer sob suspeição, o mercado brasileiro reagiu de forma bastante negativa. O Ibovespa chegou a cair mais de 10%, demonstrando a intensidade da crise interna e obrigando um acionamento de circuit breaker pela Bolsa.

Como o circuit breaker funciona?

Essa interrupção das atividades da Bolsa pode ocorrer em três situações. Veja o que cada uma representa.

Queda de 10% em relação ao dia anterior

Na prática, se o Ibovespa atingir o limite de baixa de 10% em relação ao dia anterior, os negócios serão interrompidos por meia hora.

Queda de 15% em relação ao dia anterior

Um segundo circuit breaker pode ocorrer por mais 1 hora se, reaberto o pregão, ocorrer uma oscilação negativa de até 15%.

Queda de 20% em relação ao dia anterior

Por fim, após uma nova retomada, se ocorrer uma queda de 20%, os negócios são suspensos por um prazo a ser definido pela Bolsa. Ou seja, as negociações são interrompidas por tempo indeterminado.

Outras situações

Essas regras valem para todas as operações da Bolsa de Valores, porém, existem outras duas situações que merecem atenção. São elas:

  • as regras do circuit breaker não são aplicadas nos últimos 30 minutos de funcionamento do pregão;
  • se ocorrer um circuit breaker na última hora do pregão, no outro dia, será possível realizar apenas uma nova paralisação de 30 minutos no momento da reabertura do mercado.

A orientação de nossos especialistas

Agora que explicamos como as notícias impactam o mercado financeiro e, principalmente, o que é circuit breaker ,é possível que você se pergunte: o que fazer em situações como essa?

Segundo nossos especialistas, é preciso manter a calma e não tomar nenhuma atitude precipitada, especialmente aqueles que têm posição em ações. Nesse sentido, a compra e a venda de ações devem ser feitas com cautela, respeitando o perfil de investidor e a diversificação da carteira.

E você, já vivenciou um circuit breaker na Bolsa ou ainda tem alguma dúvida sobre o assunto? Compartilhe seu comentário conosco na seção abaixo!

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