Você já deve ter visto o dólar subir ou cair diversas vezes, não é mesmo? Aliás, essa variação é comum e acontece diariamente e muitas vezes ao dia.
O sobe e desce da moeda americana chama a atenção de todos: investidores, economistas, jornalistas e até do consumidor. Mas, afinal, o que provoca esse fenômeno?
Nos últimos anos, a cotação do dólar está entre os temas mais debatidos no mercado, pois seu valor atingiu níveis históricos. Então, é hora de entender melhor esse cenário e suas causas. Confira!
Índice
Podemos definir a taxa de câmbio como a relação entre duas moedas diferentes. Ou seja, trata-se de uma comparação que demonstra o quanto uma está mais valorizada em relação à outra.
Na prática, é assim que você descobre quantos reais serão necessários para comprar um dólar, por exemplo. Por isso, conhecer o câmbio é essencial não só para quem investe.
Nesse sentido, há diversos fatores que podem valorizar ou provocar a queda do dólar em relação ao real. A seguir, explicamos quais são os acontecimentos que fazem uma moeda valorizar ou desvalorizar.
Para tornar esse conteúdo ainda mais completo, você poderá aprender o que significa o aumento do dólar e como isso é importante. Além de compreender as diferenças entre o dólar comercial e o turismo. Continue a leitura!
A valorização ou desvalorização da moeda não acontece apenas com o dólar. Na verdade, é possível acompanhar a taxa de câmbio de qualquer moeda, como o euro.
No entanto, por sua expressividade e importância no mercado mundial, é interessante ficar de olho na moeda americana e entender os diferentes fatores que impactam no seu valor em relação ao real.
Em resumo, são três os acontecimentos mais impactantes que podem aumentar ou reduzir uma moeda. Entenda abaixo.
O dólar aumenta quando o Brasil importa mais bens do que exporta — déficit comercial. E por que isso ocorre?
As empresas precisam de dólar para pagar seus fornecedores, por isso elas adquirem essa moeda para fazer seus pagamentos. A maior compra em dólares reduz a sua oferta, diminui sua quantidade no mercado e aumenta o seu preço.
Em suma, aqui é aplicada a lógica da lei da oferta e demanda. As pessoas que têm dólar passarão a vendê-lo mais caro pelo fato de serem menos entidades que detêm a moeda.
A situação contrária (Brasil exporta mais que importa) é chamada de superávit comercial. As organizações estrangeiras pagam às localidades em dólar, o que eleva a entrada da moeda no país e reduz seu valor.
Quando turistas estrangeiros trocam dólar por real, há um aumento na quantidade da primeira moeda no país. Quanto maior for o fluxo de turistas no Brasil, maior será a desvalorização do dólar em relação ao real.
O contrário também aumenta o valor do dólar, ou seja, quando há muitos turistas brasileiros que vão para o exterior e compram dólar.
Quando o Governo aumenta a taxa básica de juros (Selic), há uma tendência de que o dólar aumente. Lembrando que essa taxa é usada como base para juros de investimentos, empréstimos e financiamento.
Quando ela está alta, é mais interessante para os investidores estrangeiros colocarem recursos em aplicações financeiras no país, já que o rendimento será maior.
Por outro lado, quando a Selic cai, o mercado brasileiro deixa de ser atrativo para investidores estrangeiros. No entanto, isso incentiva a abertura de negócios no país, já que os empréstimos serão mais baratos.
Ressalta-se que a situação dos juros americanos também afeta o Brasil. Por exemplo, a diminuição da taxa dos EUA pode fazer com que o Brasil seja mais chamativo para os investidores.
O dólar norte-americano é utilizado como referência para as operações em todo o mundo e a importância dessa moeda se dá por diferentes motivos.
Em primeiro lugar, os Estados Unidos são devedores confiáveis e têm uma economia forte. Além disso, o dólar é uma moeda estável, que não costuma ter quedas acentuadas e inesperadas.
Para alcançar bons resultados, é importante que o investidor esteja sempre atualizado sobre a variação dessa moeda. Assim, ele consegue entender a dinâmica do mercado e identificar os setores que estarão aquecidos e os que serão prejudicados.
Portanto, o conhecimento é uma verdadeira estratégia, capaz de ajudá-lo a montar uma carteira de investimentos mais vantajosa e adequada aos seus objetivos.
De forma geral, a alta da moeda torna os produtos brasileiros mais competitivos no exterior. Mas as empresas que importam bens acabarão tendo que aumentar os preços de seus bens.
A variação do dólar também pode alterar a sua percepção de risco dos investimentos nacionais ou estrangeiros. Se o Brasil não tiver uma perspectiva de desenvolvimento da economia, os investidores preferirão adquirir dólar — já que ele seria considerado um investimento mais seguro.
Além de entender um pouco sobre valorização e desvalorização de moedas, é essencial que você saiba diferenciar o dólar comercial, o dólar turismo e o dólar paralelo.
Aliás, se você já comprou dólares para alguma viagem aos EUA, deve ter percebido que o preço pago pela moeda não foi o mesmo anunciado no jornal. Isso acontece porque o dólar comercial, o dólar turismo e o dólar futuro não são exatamente a mesma coisa. Entenda!
O dólar comercial é a cotação “real” da moeda americana, usada em transações comerciais, como a compra e venda de mercadorias entre empresas brasileiras e estrangeiras.
Além disso, ele também é usado para várias outras movimentações. Um exemplo são os empréstimos de brasileiros em outros países, registrados no Banco Central.
O dólar turismo é aquele que compramos na casa de câmbio quando vamos viajar para o exterior. É, também, o que utilizamos como referência na compra em sites internacionais, como passagens aéreas e eletrônicos.
Vale dizer que ele é mais caro que o dólar comercial, pois tem o acréscimo do Imposto sobre Operações Financeiras (o IOF), além de custos logísticos para que a moeda chegue até a sua mão.
Entre esses custos extras, podemos citar o transporte dos dólares dos EUA até o Brasil e, depois, até a casa de câmbio, além da manutenção da segurança da moeda em cofres.
Primeiramente, é preciso deixar claro que o dólar futuro não é propriamente um tipo de moeda. Trata-se de uma commodity financeira negociada na bolsa de valores que consiste em um contrato de compra e venda da moeda.
Com ela, é possível lucrar de acordo com os fatores que fazem o dólar subir ou cair em relação ao real, além de possibilitar negociar os valores e as datas desse tipo de contrato antes mesmo de sua aquisição.
Dessa forma, é possível contar com uma maior proteção contra as possíveis oscilações da moeda. O dólar futuro é uma solução financeira para quem quer boas rentabilidades, servindo também como uma boa opção para fins empresariais e comerciais.
Agora que você já sabe de tudo isso, é hora de conhecer os fatores que fazem o dólar subir ou cair. Além dos pontos apresentados no tópico sobre valorização e desvalorização da moeda, existem situações que precisam ser acompanhadas de perto como forma de ter uma certa previsibilidade sobre o valor da moeda.
Para te ajudar, preparamos um resumo simples e bastante explicativo. Confira!
As oscilações do dólar ocorrem devido à entrada e saída de fluxos dessa moeda na economia. No Brasil, nossa taxa de câmbio varia segundo o mercado.
Como curiosidade, é interessante saber que, desde 1999, nossa economia opera com um câmbio que funciona por regime de banda cambial (mínimo e máximo do dólar).
Como você já sabe, a taxa de câmbio não é definida pelo Governo. Ela varia conforme o movimento do mercado, com a lei da oferta e da demanda, além da procura de dólares no Brasil.
Porém, o Banco Central costuma intervir quando o valor da moeda atinge alta e baixa volatilidade durante o pregão. Veja algumas variáveis que podem te ajudar a perceber a flutuação dos valores da moeda!
Existem dois fatores que andam lado a lado e que são responsáveis por fazer o dólar subir ou cair em relação ao real: o superávit e o déficit comercial. Primeiramente, é preciso entender que a movimentação da moeda norte-americana em nosso país é um processo comum, porém, há casos que podem ser benéficos ou não para a valorização do nosso dinheiro.
Quando dizemos que existe um déficit na balança comercial, significa que as importações brasileiras estão superando as exportações. Dessa forma, é possível afirmar que a saída de dólar no país está em alta — diminuindo a circulação da moeda e aumentando o seu preço.
Agora, ao contrário do déficit comercial, o superávit ocorre quando o Brasil exporta mais do que importa. Assim, temos uma oferta maior da moeda norte-americana que, consequentemente, acaba influenciando no valor do real.
Os gastos no exterior são um termômetro para medir se a moeda nacional está alta ou não. Por isso, podemos dizer que essa é uma consequência importante do sobe e desce do dólar.
Quando o real está desvalorizado, os brasileiros tendem a consumir menos no exterior. Quando está em alta, o poder de compra dos consumidores aumenta e espera-se um maior nível de gastos no exterior.
Os gastos de estrangeiros no Brasil também servem como parâmetro para as oscilações no valor da moeda norte-americana. Dessa forma, o aumento de turistas no país aumenta a disponibilidade de dólar, fazendo com que a procura pelo real cresça.
Os títulos públicos federais americanos são confiáveis. Assim, a elevação da taxa de juros americana faz com que haja uma maior concentração de capitais por lá.
Com a escassez da moeda em nosso país, é esperado que o dólar suba em relação à moeda brasileira. Essa depreciação tem impactos na taxa de exportação e no saldo da balança comercial.
Quando os juros americanos caem, é mais provável que os investidores busquem as economias de países periféricos para investir, com objetivo de obter maior rentabilidade.
Por isso, se os juros nos EUA sobem, torna-se mais interessante para os investidores tirarem dinheiro do Brasil e aplicar lá — diminuindo a circulação da moeda norte-americana em nosso mercado.
Além disso, as taxas básicas de juros servem como referência para os empréstimos que muitas empresas no país tomam como meio de financiar suas operações.
Assim, a alta dos juros podem contribuir para o endividamento desses empreendimentos, elevando os riscos para os estrangeiros que queiram investir na bolsa.
Com a entrada de dólares em tais economias (como a nossa), o valor da divisa internacional tende a cair, valorizando o real. Isso aumenta o poder de importação e pode gerar reflexos negativos no saldo da balança comercial.
Dessa maneira, os empréstimos ficam mais baratos, favorecendo diretamente para os níveis de consumo e servindo como incentivo para potenciais investidores estrangeiros adquirirem ações brasileiras.
Outro fator que influencia a queda e alta do dólar é a chamada reserva cambial. Em resumo, ela é o montante de moeda estrangeira e ouro acumulado por um país.
As reservas cambiais são fundamentais para as negociações internacionais realizadas em dólar. Além disso, ela também é importante para o pagamento de fornecedores e credores.
A queda dos fundos da reserva cambial pode provocar uma valorização da moeda estrangeira. Atualmente, o Brasil tem reservas cambiais consistentes.
Independentemente se internas ou externas, as crises financeiras causam influência na variação do dólar. Isso porque os investidores não vão querer investir em uma economia em risco. Portanto, tendem a:
Assim, a valorização e a alta da moeda americana se tornam praticamente inevitáveis. Por ser um país emergente de alta especulação financeira, o Brasil costuma sentir bastante os efeitos causados pelas crises.
Como os Estados Unidos são uma das economias mais fortes e importantes do mundo, o que ocorre no país impacta diretamente na cotação do dólar.
Por isso, questões político-econômicas de cunho internacional, como o embate comercial entre os EUA e a China, a desaceleração no continente europeu e o Brexit, afetam o ânimo dos investidores.
Como a relação de interdependência entre as economias é cada vez maior, existe a preocupação sobre os efeitos que as incertezas e expectativas negativas diante de tais eventos podem causar na economia mundial.
A maior frequência desses eventos faz com que investidores recorram a investimentos comumente mais tradicionais e interpretados como mais seguros. Logo, esse movimento leva a uma depreciação das moedas de países emergentes, como a nossa.
Não há como ignorar o fato de que a pandemia de COVID-19 trouxe sérias consequências para a economia mundial. Nenhum país saiu ileso, já que os sistemas de saúde ficaram sobrecarregados e o distanciamento social foi necessário para frear o avanço da doença.
O fracasso de muitas empresas e o aumento da taxa de desemprego no Brasil são apenas alguns dos fatores que colocam nossa economia em uma posição desfavorável. Assim, a desconfiança dos investidores faz com que o dólar aumente e cause os demais problemas que já citamos.
Agora que já vimos os 5 fatores que fazem o dólar subir ou cair, precisamos falar dos efeitos que essa variação causa na economia e na nossa vida em geral.
Em síntese, podemos dividir o impacto da oscilação da cotação do dólar em dois grupos:
O dólar comercial é usado nas relações comerciais entre as empresas brasileiras e internacionais. Assim, tudo que é comprado lá fora sofre impacto com a oscilação da moeda americana.
O Brasil consome 11 milhões de toneladas de trigo, mas produz somente 5,4 milhões, por exemplo. Isso significa que cerca de 50% do trigo usado no país é importado de outros países, especialmente da Argentina.
Por isso, quando há oscilação do dólar, todos os produtos feitos à base de trigo — como pães, bolos, pizzas, macarrão, biscoitos e outras massas — sofrem alteração em seus preços.
Do mesmo modo, quando a cotação do dólar favorece a exportação, o preço interno é afetado pela escassez de produtos no nosso mercado interno. Foi isso que aconteceu no recente caso da exportação de carne brasileira para a China, por exemplo.
Em relação aos investimentos, a oscilação do dólar cria cenários que potencializam certas aplicações, enquanto prejudica o desempenho de outras.
A oscilação do dólar afeta indiretamente, por exemplo, os títulos de Renda Fixa atrelados ao IPCA, uma vez que a inflação tende a ficar controlada quando o dólar cai.
Na Bolsa de Valores, há forte correlação negativa entre a oscilação do dólar e a variação do Ibovespa. Em geral, quando um sobe, o outro tende a cair. No entanto, são os investimentos de fundos cambiais que mais sofrem influência da oscilação do dólar, pois seus rendimentos estão relacionados à valorização ou desvalorização do real.
Se você quer se proteger, uma boa ideia é investir em fundos multimercados, que tradicionalmente se defendem das oscilações do câmbio.
Outra consequência considerável e que deve ser mencionada é o aumento do custo de vida. Como vimos ao longo do post, o dólar é uma moeda de importância mundial e influencia o preço de muitos produtos e serviços.
Com isso, sempre que seu valor sobe, o consumidor sente na pele esse aumento. Afinal, não apenas a cesta básica encarece, como eletrodomésticos e outros produtos que fazem parte do nosso cotidiano.
Nem sempre a alta do dólar representa prejuízos. No caso do turismo, é fácil observar que a desvalorização do real perante a moeda americana faz com que mais estrangeiros venham passear no Brasil.
Sem dúvidas, esse é um impacto positivo e que aquece nossa economia de alguma maneira. Porém, os efeitos são percebidos com mais intensidade em capitais e cidades turísticas.
Como mostramos até agora, é possível perceber que existem diversos fatores que fazem o dólar subir ou cair. O acompanhamento da moeda norte-americana é um processo indispensável para todas as pessoas, principalmente para investidores e quem faz transações no exterior.
Como a alta do dólar impacta no preço de bens no país, saber o seu valor diariamente traz uma certa previsibilidade, possibilitando nortear suas ações de acordo com o seu preço atual.
Há boas opções disponíveis na internet para quem quer acompanhar a cotação do dólar em tempo real que trazem estatísticas completas atualizadas constantemente. A partir desses dados, você poderá ter um panorama completo sobre o histórico da moeda para ter uma previsibilidade mais precisa sobre o futuro da moeda.
Até aqui, você conseguiu entender melhor as causas e consequências do aumento do dólar. Como ficou claro, todos são afetados por essa oscilação, inclusive o consumidor que ainda não investe.
Mas, diante de tudo o que foi abordado, qual a projeção para a moeda americana? Será que ela continuará a subir? Em resumo, podemos dizer que há uma tendência de valorização, o que não significa que esse aumento será constante.
Diante de todo o cenário mundial e nacional, é esperado que a taxa de câmbio permaneça em crescimento. Entretanto, as oscilações farão parte do dia a dia do investidor, exigindo ainda mais atenção e estratégia ao montar sua carteira.
Em outras palavras, a valorização e desvalorização da moeda ainda acontecerá com frequência, visto que essas mudanças diárias são comuns. Entretanto, no longo prazo, a projeção é que o dólar continue subindo.
Chegamos ao fim deste post que, certamente, o ajudará a melhorar seus resultados. Entender o que faz o dólar subir ou cair é uma das premissas para fazer escolhas inteligentes, uma vez que a cotação não pode ser ignorada em seus investimentos. Por isso, fique atento ao noticiário, acompanhe os relatórios e aproveite bem mais conteúdos como este.
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