Saber como calcular a rentabilidade de um determinado ativo é essencial para análise do seu desempenho e também para tomada de decisões sobre investimentos. Portanto, o objetivo deste artigo é entendermos o que significa monitorar a rentabilidade de um investimento e qual a importância de vigiar esses números para a sua saúde financeira.
Para isso, vamos iniciar aprendendo o que é rentabilidade e como diferenciá-la de outros conceitos como rendimento e lucratividade. Por fim, entenderemos também como fazer esse cálculo para controle de resultados na prática. Quer saber mais? Acompanhe!
Quando nos referimos a investimentos, um erro muito comum que as pessoas cometem é acreditar que as palavras rentabilidade e rendimento são sinônimas ou que essencialmente representam a mesma coisa, o que não é verdade. A rentabilidade representa o valor pago pela decisão de manter um capital aplicado, correspondendo a uma porcentagem que remunera o investidor ao final de um período. Assim, um ativo que apresente uma rentabilidade de 4 % a.a (ao ano), retorna essa porcentagem sobre o investimento inicial, ao término de um ano.
Por exemplo, R$10.000 reais aplicados em um investimento com rentabilidade de 4% a.a. pagará R$400,00 após 12 meses. Diante do exposto, fica mais fácil diferenciar rentabilidade de rendimento. Como vimos, a rentabilidade representa a porcentagem paga por um determinado ativo, já o rendimento é o valor efetivamente recebido ao término de um período. Logo, tomando o exemplo acima, o rendimento que um ativo proporcionou para um investimento inicial de R$10.000 foi de R$400,00, o que representa uma rentabilidade de 4%.
Outro ponto de confusão é a mistura feita entre os termos rentabilidade e lucratividade. No parágrafo anterior, aprendemos que a rentabilidade nada mais é do que a porcentagem de variação do investimento. A lucratividade, porém, é um valor absoluto, o dinheiro que, de fato, o investidor recebe. Dessa forma, rentabilidade não é o mesmo que rendimento e lucratividade, porém a lucratividade pode ser entendida como um sinônimo do rendimento, pois ambos os termos se referem ao mesmo valor efetivamente pago ao investidor.
Investir é abrir mão do consumo no tempo presente visando maiores retornos no futuroe tais retornos precisam ser mensurados de alguma forma. O trio (rentabilidade, liquidez e risco) são os itens básicos de avaliação de qualquer produto de investimento. Porém, é justamente a rentabilidade o item que mais atrai os interessados, pois é ele quem faz referência sobre o potencial de retorno que um ativo pode proporcionar ao investidor. Os demais itens tratam da facilidade que um ativo possui em converter o capital alocado de volta em moeda corrente (liquidez) e o risco inerente de prováveis perdas.
Portanto, é preciso que haja um monitoramento sobre a rentabilidade para que seja possível atestar se os ativos em que os recursos foram alocados estão, de fato, sendo vantajosos para o investidor. Ao acompanhar a rentabilidade de um ativo, o investidor consegue desenvolver um olhar mais estratégico e também pode fazer um planejamento mais eficiente do seu dinheiro.
É essa informação, associada com aplicação da regra dos 80 e a análise do cenário macroeconômico, que irá balizar todas as estratégias adotadas pelo investidor, além de ajudar a determinar se um ativo corresponde às suas expectativas, objetivos e perfil.
Para análise da rentabilidade, é preciso saber que ele pode ser considerado de duas formas distintas: a rentabilidade real e nominal. Basicamente, a rentabilidade nominal é determinada com um cálculo simples, observando o valor inicialmente aplicado e comparando-o com o resultado final.
Essa rentabilidade representa o resultado bruto de um investimento em um período de tempo, e não leva em conta os efeitos da inflação. Já a rentabilidade real, representa o ganho real de uma aplicação, pois considera a inflação do período em seu cálculo.
Entender essa diferença entre os tipos de rentabilidade é importante para o investidor avaliar se o seu patrimônio está aumentando. Dessa maneira, um investimento inteligente é aquele que considera a rentabilidade real em suas decisões, pois é ela quem determina se o poder de compra do capital investido está sendo preservado.
Afinal, se a rentabilidade de um investimento é menor ou igual a inflação, significa que o seu capital desvalorizou, ainda que mantenha o mesmo “número inicial”, pois na prática ele não é capaz de comprar os mesmos itens de períodos anteriores. Portanto, lembre-se de observar os efeitos corrosivos da inflação sobre o poder de compra do capital que você construiu ao longo dos anos com muito esforço.
Os livros sobre investimento são unânimes em determinar quais as informações mais importantes a serem consideradas sobre como calcular a rentabilidade. São eles: os impostos que incidem sobre o investimento, as taxas de administração e corretagem cobradas em cada transação e a taxa de inflação (indicador do aumento geral dos preços) do período em análise. Com todos esses dados reunidos, podemos calcular a rentabilidade de um ativo utilizando a seguinte fórmula:
Rentabilidade do Período = Rendimento Líquido x 100 / Capital Inicial (valor investido inicialmente)
Para encontrarmos o rendimento líquido, devemos subtrair do lucro auferido todas as taxas, corretagens, impostos e a inflação do período. Por exemplo, um investimento de R$9.000,00 teve um rendimento/lucro de R$2.500,00 reais. Suponha que o imposto que incide sobre o ativo em questão é o IR com alíquota de 17.5 % e que também não existem outras taxas. Logo, o rendimento líquido será de R$2.062,50. Já a rentabilidade desse ativo será expressa em porcentagem, nesse caso, 22,91%, pois aplicando a fórmula inicial temos: R$ 2.062,50 x 100 / R$ 9.000,00 = 22,91%.
Porém, é preciso atenção com esse cálculo, pois ele não é indicado para os investimentos em renda variável. Nesses casos, o melhor a se fazer é contar com o auxílio de profissionais experientes capazes de oferecer a melhor orientação sobre como calcular a rentabilidade em cada tipo de ativo desta classe. Já a rentabilidade dos produtos de renda fixa podem ser conhecidos no momento da aplicação ou no final do período de investimento, ou seja, no resgate do capital ou no vencimento do ativo (título público, por exemplo).
Como podemos observar, calcular a rentabilidade de um ativo é essencial para tomar as melhores decisões sobre a diversificação nos investimentos. Neste artigo, vimos também que, apesar de serem termos parecidos, o rendimento e a lucratividade não representam a mesma informação que a rentabilidade.
É importante frisar que, para saber como calcular a rentabilidade de um ativo corretamente, precisamos levar em conta a influência das taxas e corretagens cobradas pelas instituições, bem como os impostos incidentes sobre os investimentos e a inflação do período. Apenas com todas essas informações reunidas é que será possível determinar corretamente qual a rentabilidade de um ativo, que ainda permite a manutenção do poder de compra do capital investido.
Gostou do artigo? Então, aproveite para ampliar ainda mais os seus conhecimentos ao ler o nosso artigo sobre com quanto começar a investir.