Quando os investidores querem diversificar suas carteiras, encontram no mercado inúmeras alternativas. As mais populares são os fundos de investimento, os títulos de renda fixa e as ações. Mas e os títulos de crédito privado, você já os conhece?
Assim como os títulos públicos e privados, já bastante populares na categoria renda fixa, os títulos de crédito privado têm a mesma finalidade. As diferenças, no entanto, podem tornar esses ativos bem mais interessantes em certas condições. Neste artigo, você vai descobrir quais condições são essas.
Confira a seguir o que são os títulos de crédito privado, qual a diferença em relação aos ativos comuns de renda fixa, quando investir e muito mais. Boa leitura!
Índice
Quando o governo precisa arrecadar recursos para cobrir despesas, uma das estratégias é emitir títulos de suas dívidas. Esses títulos são oferecidos ao mercado em troca de uma remuneração pré-fixada ou atrelada a algum indicador da economia.
A mesma coisa é possível para empresas privadas. Com o mesmo propósito, essas organizações lançam em oferta pública títulos de suas dívidas a fim de levantar recursos para sustentar suas atividades.
Portanto, os títulos de crédito privado são um mecanismo do sistema financeiro para dinamizar a atividade econômica do país. Dessa forma, investidores têm a oportunidade de financiar empresas no mercado financeiro e serem recompensados por sua participação.
É importante que o investidor iniciante esteja atento às diferenças entre os títulos de crédito privado e os títulos privados. Embora guardem certa relação, esses ativos não são iguais. Nesse caso, as diferenças são relevantes para quem deseja acrescentar esses papéis em sua carteira de investimentos.
Enquanto os títulos privados são emitidos por bancos e instituições financeiras, os títulos de crédito privado são gerados por empresas e securitizadoras. Essas últimas são as organizações responsáveis por transformar dívidas em ativos lastreáveis.
O efeito desse detalhe fica aparente principalmente no risco desses investimentos, o que os torna mais convenientes para investidores de perfil moderado. Isso porque o investidor, nessa aplicação, assume o chamado risco de crédito.
Em termos simples, o risco de crédito é a possibilidade de um calote. Afinal, diferentemente dos títulos públicos e privados, os títulos de crédito privado não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (o FGC).
Por conta disso, a rentabilidade desses títulos tende a ser maior que a de outros ativos de renda fixa, como CDBs, LCIs, LCAs etc. Assim, com um retorno mais atrativo para os investidores, as empresas veem maiores chances de conseguir um financiamento para seus projetos.
Portanto, é de se esperar que organizações menores ofereçam condições ainda mais interessantes na oferta de seus títulos. Desse modo, conseguem captar mais recursos a partir da promessa de maior retorno ao investidor. Assim, é mantida a lógica de proporção entre risco de prejuízo e o potencial de lucro.
Há no Brasil 3 tipos de título de crédito privado relativos ao financiamento de setores específicos da economia. Todos esses ativos têm condições variáveis, podendo oferecer rentabilidade pré-fixada ou atrelada a algum indicador econômico (IPCA, CDI etc.). Confira.
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários são títulos de dívida relativos aos custos do setor imobiliário (construção, infraestrutura, urbanização etc.,). Parecido com uma LCI emitida por bancos, o CRI é isento de Imposto de Renda, como forma de incentivo do governo a esse setor da economia.
Assim como o CRI, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio também privilegiam um setor específico da economia. Cumprindo a mesma função de uma LCA, o CRA é o meio de que as empresas se valem para cobrir custos do agronegócio. Da mesma forma, o governo incentiva o setor liberando os investidores do Imposto de Renda sobre esses ativos.
Com o mesmo propósito dos outros ativos, as debêntures são títulos que empresas privadas emitem para cobrir suas despesas. Nesse caso, são as próprias organizações que oferecem o ativo ao mercado.
A única condição é que a empresa seja anônima de capital aberto ou fechado, porém apenas as companhias abertas com registro na CVM poderão realizar emissões públicas.
Existem também as chamadas debêntures incentivadas. Elas destinam os recursos captados dos investidores ao financiamento de projetos de infraestrutura considerados essenciais e estratégicos pelo governo federal.
Antes de adicionar títulos de crédito privado à sua carteira, é importante que o investidor avalie todas as condições de investimento. Além disso, convém considerar o contexto econômico e seus objetivos pessoais para garantir que essa será uma boa opção para investir.
O primeiro e mais importante aspecto a ser avaliado é o objetivo do investidor. Qual é a finalidade do investimento: realizar um sonho, rentabilizar as economias, diversificar, aposentar-se?
Em vista disso, é preciso levar em conta que o período de investimento dos títulos de crédito privado varia, mas tende a ser de médio e longo prazo. Outro detalhe está no fato de que esse tipo de investimento costuma requerer aportes mais elevados.
Isso significa que tal alternativa está bastante alinhada com as estratégias de buy and hold, em detrimento a atividades especulativas de curto prazo. Portanto, vale verificar qual a finalidade dessa compra e qual o horizonte de investimento que você está buscando para identificar se essa alternativa vale a pena.
Como vimos, não há cobertura do FGC para os títulos de crédito privado. No entanto, é possível encontrar outras formas de garantia para esses ativos. As próprias empresas ou instituições credenciadas podem oferecer condições especiais de segurança, como cobertura parcial ou até integral dos investimentos.
Portanto, antes de adicionar esses ativos em sua carteira, considere sua tolerância ao risco. Embora os títulos de crédito privado não sejam tão arriscados quanto às ações, investidores mais conservadores podem preferir os ativos comuns da renda fixa.
A depender da situação econômica do país, os títulos de crédito privado podem ou não ser uma boa opção de investimento e diversificação. Afinal, há diversos outros ativos disponíveis no mercado. Por isso, é importante que o investidor compare todas as condições para garantir que não haja outro ativo com rentabilidade superior e o mesmo fator de risco.
Como são títulos de dívida privada, o melhor momento para aproveitar a oportunidade de lucrar com esses ativos é quando os juros do país estão em queda. Assim, as empresas oferecem retornos maiores, a fim de competirem com a Renda Fixa e arrecadarem volumes maiores de recursos.
A taxa de juros básica da economia, conhecida como Taxa Selic, vem sendo elevada pelo Cômite de Política Monetária de forma consistente nas últimas reuniões para conter a inflação. Isso, por sua vez, acaba impactando os títulos de crédito privado. Esses, como são de renda fixa, podem chamar a atenção de investidores.
Por exemplo, com a alta da Selic, esses ativos acabam se valorizando devido ao fato de estarem atrelados a índices impactados pela taxa de juros básica, como o CDI e o IPCA. Assim, pode ser uma boa alternativa investir nesse tipo de ativo quando há indícios de aumento na Selic.
Em suma, uma elevação nos juros tende a ser acompanhada pelo aumento na valorização desses ativos. Porém, antes de fazer essa opção, é importante ter atenção aos riscos associados. Para entender mais sobre, basta continuar a leitura e conferir o que preparamos para você!
Agora que você já sabe como as taxas de juros afetam o crédito privado, que tal descobrir quais são os principais riscos deles? Assim, você tem mais insumos para ajudar a decidir quais os ativos que têm potencial de gerar bons retornos e que, portanto, devem fazer parte de sua carteira.
Esse é um dos principais perigos de investir em títulos de crédito privado. Nesse sentido, esse risco nada mais é do que as chances de inadimplência. Por exemplo, suponha que você escolheu investir em um fundo de uma empresa não muito confiável, que opta por não repassar os valores associados aos juros devidos.
Assim, você acaba saindo no prejuízo. Portanto, para fazer boas escolhas e evitar levar o calote em seus investimentos, vale analisar com calma as opções disponíveis no mercado. Além disso, opte sempre por empresas que são consolidadas e têm uma boa reputação.
Para fazer aportes que atendam os seus objetivos, é importante observar a liquidez, ou seja, o quão fácil ou difícil é conseguir o seu dinheiro em um prazo curto, por exemplo, em 1 dia.
Assim, se você quer ativos que sejam líquidos e que ofereçam a possibilidade de resgate ágil, é importante analisar se o fundo de crédito privado escolhido atende a essa necessidade. Agora, se o seu intuito é formar patrimônio e conseguir retornos em longo prazo, então, esse risco é reduzido.
Além disso, a possibilidade de muitos resgates simultâneos pode comprometer o desempenho do fundo. Portanto, é importante ter cautela ao analisar os seus objetivos e as normas definidas pelo ativo escolhido.
Esse tipo de risco está associado à volatilidade. Por exemplo, é possível que um mercado em específico tenha muitas flutuações, o que pode afetar o desempenho do ativo. Por isso, é importante analisar a composição das ações que formam o fundo de títulos de crédito privado que você escolheu.
Assim, você minimiza riscos e tem potencial de obter bons resultados a partir dos ativos dessa classe. Além disso, vale a pena contar com gestores que tenham bom conhecimento do mercado para amenizar esses perigos.
Neste artigo, você conheceu os títulos de crédito privado e viu como eles podem ser uma boa opção de investimento e diversificação na sua carteira. Agora, vale verificar dentro dos seus objetivos e perfil de investidor se essa é uma opção interessante para incorporar em seu portfólio.
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