Se você tem algum contato com o mercado de ações, já deve ter ouvido falar em oferta pública. Mas você sabe exatamente o que significa essa expressão? As empresas que não têm ações negociadas na Bolsa de Valores são as chamadas “limitadas”, ou seja, elas têm poucos sócios e o capital é fechado. Se alguém quer investir nesse tipo de empresa, precisa negociar diretamente com os donos. Já as companhias com papéis negociados na Bolsa são “sociedades anônimas”. Nelas, qualquer um pode comprar e vender essas ações, sem ter que pedir permissão para ninguém.
A oferta pública ocorre quando a empresa vai à Bolsa oferecer suas ações ao mercado. Se é a primeira, ela é chamada de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). Agora, caso ela já tenha feito uma antes e esteja oferecendo ao mercado novas ações, trata-se de um follow-on.
Neste artigo, vamos explicar melhor como funciona essa operação, quais são as vantagens e desvantagens de participar desse tipo de negócio e o que fazer para isso. Acompanhe!
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Para tornar a explicação mais simples, vamos usar um exemplo fictício. Imagine uma companhia chamada XYZ. Ela tem 6 sócios, cresceu bastante nos últimos anos e agora já pode ser considerada uma empresa de grande porte. No entanto, para continuar expandindo os negócios, ela precisa de mais capital. Para conseguir isso, existem algumas opções como:
A vantagem dessa última opção é que ela não aumenta o endividamento, uma vez que não se trata de um empréstimo, e sim da captação de novos investidores. Além disso, uma empresa que abre capital sinaliza que ela alcançou um nível de maturidade na sua governança, já que os órgãos reguladores do mercado de capitais exigem um alto grau de abertura de dados da organização. Dessa forma, a companhia precisa estar com as contas em dia e com boas perspectivas para atrair os investidores.
A empresa fictícia XYZ decidiu fazer uma oferta pública de ações. Aqui, ela tem duas opções. A primeira é aumentar o capital, ou seja, emitir ações novas e vender essas ações na oferta pública. Nesse caso, trata-se de um IPO, e o dinheiro vai para o caixa da empresa.
A outra ocorre quando um ou mais sócios decidem vender sua participação na companhia, parcial ou totalmente. Aí dizemos que é uma oferta pública secundária e o dinheiro vai para o sócio que vendeu suas ações. Bom, tomada a decisão, a empresa precisa seguir os trâmites legais para fazer a oferta pública.
Isso inclui contratar um ou mais bancos de investimentos para coordenar o processo, além de um time de advogados e uma empresa de auditoria. Com a equipe montada, é preciso fazer o pedido de registro de companhia aberta na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e solicitar a autorização para a distribuição pública de valores mobiliários.
Com tudo pronto, ela pode definir qual será o período em que os investidores poderão fazer a reserva para comprar ações da companhia na oferta pública. Além disso, ela pode estipular quando será definido o preço inicial da ação e qual será a data prevista de estreia na Bolsa de Valores.
Apesar de as ações serem o tipo de ativo mais comum na Bolsa de Valores, outros investimentos conseguem realizar oferta pública e ter negociação no mercado. Um caso muito recorrente é o dos Fundos Imobiliários, que abrem o capital e passam a ter as cotas negociadas no mercado de ações.
Além deles, os seguintes produtos também podem fazer ofertas públicas:
Portanto, vale ter atenção às diversas opções e entender quais delas são mais adequadas ao seu perfil de investidor. Também é importante efetuar uma análise cautelosa a fim de compreender se a oferta é uma boa oportunidade para aumentar sua rentabilidade.
Já mostramos as vantagens da oferta pública do ponto de vista da empresa, mas e o investidor? Por que alguém gostaria de comprar ações de uma companhia na oferta pública? A principal vantagem para o investidor é que ele tem a chance de reservar as ações da empresa antes de elas passarem a ser negociadas no mercado.
Muitas vezes, ele paga um valor menor do que o que elas terão depois que entrar na bolsa. Uma consequência disso é que parte das pessoas compra ações da companhia na oferta pensando na chance de “flipar”, ou seja, de vendê-las no primeiro dia de negociação, por um preço maior do que o que foi pago na oferta. Além disso, o mercado de ações é sempre uma oportunidade de diversificação de investimentos.
A diversificação é um item essencial para qualquer perfil de investidor. Diversificar significa basicamente “não colocar todos os ovos em um mesmo cesto”. Essa é uma ação importante pois é por meio dela que conseguimos diluir os riscos que cada ativo tem individualmente.
Assim, se um determinado produto da sua carteira de investimentos apresentar um desempenho ruim, outro ativo da mesma carteira, pode apresentar um comportamento contrário e assim garantir uma rentabilidade positiva para o conjunto do seu capital.
Outro ponto importante é o perfil de investidor para o qual cada ativo é mais recomendado. O teste API (Análise do Perfil de Investidor) procura classificar cada indivíduo em um dos três perfis pré-determinados, são eles: consevador, moderado e agressivo. Porém, a escolha por determinado ativo não está restrita a um ou outro perfil, mas sim a sua composição na carteira. Dito de outra maneira, não é porque um indivíduo tem um perfil mais conservador que ele não deverá ter em sua carteira ativos como ações, debêntures ou CRAs que têm um risco maior.
Pelo contrário, tendo em vista o benefício da diversificação que citamos anteriormente, é fundamental contar com um gama de produtos capazes de potencializar os seus resultados. O que o seu perfil de investidor vai determinar na realidade é qual a porcentagem do seu capital que será alocada em ativos de renda fixa ou renda variável. Assim, perfis mais conservadores vão dedicar mais de 60% ou 70% da sua carteira para os ativos de renda fixa, e apenas 30%, 20% ou 10% para a renda variável.
Já os investidores mais agressivos ou moderados vão atuar de maneira inversa, dedicando uma fatia maior do seu capital para os ativos de renda variável. Portanto, mesmo que as ações lançadas ao mercado por meio da oferta pública inicial sejam um tipo de ativo classificado como renda variável – devido à grande volatilidade a que estão sujeitas – os investidores mais conservadores e moderados também podem lançar mão dessa modalidade em menor grau, como forma de diversificar a sua carteira e buscar melhores retornos.
Existem alguns passos que precisam ser considerados antes de decidir participar de uma oferta pública. Entendê-los vai lhe ajudar a tomar uma boa decisão, considerando o seu perfil de investidor. Portanto, vale continuar a leitura a fim de descobrir quais são tais fases.
A primeira etapa que você precisa realizar para participar de uma oferta pública de ações é a avaliação. Por meio dela, você consegue compreender se é uma boa opção para o seu perfil e suas ambições.
Para isso, é importante entender quais empresas estão oferecendo tal possibilidade. A consulta pode ser realizada junto a B3 e também com sua corretora, caso já tenha uma. Caso contrário, é necessário fazer a abertura de conta para aproveitar tal chance.
Após isso, procure conhecer um pouco mais da companhia que está realizando a oferta pública. Verifique seus indicadores, saiba os detalhes, avalie a governança corporativa da mesma e outras métricas. Desse modo, fica mais fácil compreender se a participação é válida ou não.
Caso tenha encontrado alguma oferta que despertou o seu interesse, o próximo passo é efetuar um pedido de reserva de ações. Isso pode ser feito junto a corretora de sua confiança.
Basta fazer a solicitação dos documentos necessários para demonstrar o seu interesse. Por meio deles, é possível deixar claro o valor total que você quer investir e quais os preços aceita pagar pelos ativos financeiros.
Após preencher os papéis, basta encaminhar tudo para a corretora e aguardar as próximas etapas. Além disso, é possível que haja a solicitação de depósito para garantir a participação na oferta pública. Fique atento a tais questões e sempre entre em contato com os canais oficiais da sua corretora. É importante destacar que o pedido de reserva não significa necessariamente que as ações serão suas.
No final de todo o processo, você terá a informação sobre os valores reais dos ativos. Além disso, quais são as quantidades que poderá adquirir. Caso seja do seu interesse, basta fazer a transferência dos valores para sua conta e finalizar a compra dos papéis.
Ou seja, ao fim do período de reserva, o coordenador da oferta lista todo mundo que fez reserva, os preços que estão dispostos a pagar e faz o chamado bookbuilding, portanto, ele define quanto cada investidor vai levar e qual será o preço da ação na oferta.
Além disso, quando a demanda é maior que a oferta, é comum que haja um rateio. Muitas vezes, funciona assim: todo investidor tem direito a uma determinada quantidade de ações e, às vezes, mais um percentual do que havia solicitado.
Neste tópico, vamos fazer um breve tutorial de como participar de uma Oferta Pública. Em primeiro lugar, é preciso ser cliente de uma corretora de valores, que vai distribuir as ofertas aos seus clientes. Quando houver a oferta pública, você pode fazer um pedido de reserva na sua corretora, informando quantas ações gostaria de comprar e o preço máximo em que está disposto a pagar por elas.
Imagine que você tenha pedido 5 mil ações e, no rateio, tenha ficado definido que os investidores receberiam até 1 mil ações, além de 10% do que haviam reservado. Nesse caso, você teria direito a 1.500 ações. Depois, é só acompanhar a carteira e ver como está o desempenho da ação. Outra observação importante: se você informou no pedido de reserva um preço máximo abaixo do valor pelo qual a ação saiu, não leva nada. Nos documentos da oferta, normalmente há uma faixa indicativa do valor da ação. Como o nome diz, esse é apenas um indicativo, e o preço final pode ser menor ou maior, dependendo de como o mercado avaliar a companhia.
Agora que entendemos o que é e como funciona uma oferta pública, chegou o momento de resumir quais são as principais desvantagens para o investidor. Continue a leitura para entender mais e adotar os cuidados necessários a fim de mitigar o perigo.
O risco associado a esse tipo de operação talvez seja a maior desvantagem dos IPOs. Afinal, a colocação dos papéis no mercado precisa ser feita de forma equilibrada, pois, caso haja uma supervalorização é possível que ocorra uma paralisação na compra dos papéis, comprometendo o objetivo de arrecadação da empresa.
Portanto, é necessário fazer uma análise criteriosa desse risco a fim de entender se a oferta é adequada para você. Também é relevante compreender os principais indicadores da companhia que está realizando o IPO. Com isso, você reduz os riscos da operação.
Essa é outra desvantagem. Caso haja um excesso na oferta das ações, a cotação do papel também pode desabar, trazendo dificuldades para o investidor que atua na “flipagem”, por exemplo. Portanto, o risco advém justamente das incertezas que rondam a empresa e a forma como as expectativas inerentes a ela vão se manifestar no mercado.
Avaliar tal fator não é uma tarefa tão simples. Assim, contar com uma assessoria de investimentos representa uma boa saída. Além disso, no processo de oferta pública é comum que o investidor pessoa física iniciante encontre certa dificuldade para acessar informações relevantes, por isso é preciso dedicar atenção redobrada no estudo do prospecto da empresa a fim de adquirir ciência sobre todos os fatores de risco envolvidos.
Já a principal vantagem dos IPOs para os investidores é sem dúvida o potencial de valorização dos papéis. Sendo assim, dedique tempo para o estudo dos fundamentos da empresa que pretende abrir o seu capital (análise fundamentalista), pois são eles que projetam as expectativas em relação à valorização futura das ações.
A Ativa Investimentos pode ajudar você nesse processo. Somos uma empresa independente, com mais de 35 anos de experiência no mercado e uma equipe de especialistas altamente capacitados. Quem tem interesse em participar de ofertas públicas pode contar com a praticidade do nosso Home Broker ou com o atendimento personalizado.
Lembramos apenas que esse tipo de negociação se trata de renda variável. Por isso, procure se informar bem sobre a empresa antes de tomar qualquer decisão de investimento. No mercado financeiro, o conhecimento é sempre seu melhor amigo.
Entendeu como funciona o processo de Oferta Pública nos investimentos? Compreender de que forma você pode investir nela e quando é apropriado fazer essa opção é uma boa forma de melhorar os resultados da sua carteira de investimentos. Além disso, vale contar com a ajuda de profissionais do mercado para entender mais sobre tal alternativa.
Gostou do artigo e já sabe como uma oferta pública é capaz de potencializar os resultados da sua carteira? Então, aproveite para compartilhar este material em suas redes sociais para que mais pessoas tenham acesso a essas informações.