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Fundos Multimercados: tire suas dúvidas sobre a modalidade

Por: Time Ativa
10/12/2019
10 min

Fundos Multimercados: tire suas dúvidas sobre a modalidade

Você sabia que mais de 46% de todo o dinheiro investido por milionários no Brasil é direcionado para Fundos Multimercados? Essa modalidade está ganhando cada vez mais a atenção dos investidores por conta da alta remuneração que ela oferece. Suas características também favorecem a diversificação dos investimentos e torna sua carteira mais resiliente em situações de instabilidade financeira.

Além de seus benefícios em termos de variedade de investimentos, os Fundos Multimercados também representam uma opção prática para quem deseja dedicar pouco tempo no estudo do mercado, mas ainda busca opções com um bom rendimento. Se você gostou dessa modalidade de aplicação financeira, siga a leitura para saber mais sobre quais as principais alternativas.

O que são e como funcionam os Fundos Multimercados?

Um Fundo de Investimento Multimercado (ou FIM) é aquele com maior liberdade para alocar os recursos reunidos em qualquer área, segmento ou ativo disponível no mercado. Eles são, portanto, os fundos de investimentos com maior flexibilidade e versatilidade entre todos.

Essa é, aliás, a principal diferença dos Fundos Multimercados em relação aos outros Fundos classificados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Antes de se aprofundar mais sobre esse investimento, é importante que você conheça alguns conceitos básicos do seu funcionamento. Assim você saberá qual é a sua rentabilidade em relação a outras alternativas de aplicações, sua forma de resgate etc. Veja-os a seguir.

Rendimento

De maneira geral, fundos de investimentos são bastante versáteis no que diz respeito à rentabilidade. Há fundos de renda fixa que disponibilizam ganhos sólidos, recomendados para investidores conservadores. Por outro lado, há alternativas que oferecem renda mais variável, sendo mais adequadas aos perfis agressivos.

Fundos Multimercados são mistos. Além da renda fixa, conta com ativos de renda variável na carteira. Como apresentam um risco maior que alternativas que investem 100% na renda fixa, são recomendados para investidores moderados e agressivos.

Saiba que a rentabilidade do ano passado não é indicação de que o ano atual ou futuro terá o mesmo resultado. O investidor deve ter um conhecimento mais aprofundado do mercado para que consiga prever melhor o rendimento do fundo.

Para isso, é relevante que o investidor tenha uma corretora com ferramentas completas de análise de mercado. A instituição também deve oferecer suporte de especialistas no ramo, assim você entender melhor sobre o mercado e prever a rentabilidade.

Resgate

A forma de resgate e os prazos dependerão dos termos de cada fundo. Normalmente, Fundos Multimercados preveem prazo de carência mais longos para resgatar cotas. Isso ocorre porque, muitas vezes, os títulos são difíceis de negociar.

O prazo para resgate de valores é indicado pela abreviação Dia Atual + X. Em uma aplicação D+3, por exemplo, o dinheiro será resgatado três dias úteis depois da solicitação. No caso dos Fundos Multimercados, é comum que o tempo de pagamento seja D+10, D+30, D+90, entre outros prazos longos.

Custos

Taxas reduzem a rentabilidade líquida do investidor, o que torna importante conhecê-las antes de investir no fundo.

Assim como outros tipos de fundos, os multimercados cobram taxas que remuneram os administradores das carteiras. A taxa é divulgada como um percentual anual, mas a cobrança é feita diariamente e de forma proporcional.

Outro custo relevante é a taxa de desempenho, que remunera os administradores do fundo conforme sua performance. Ela não deve ser vista como algo excepcionalmente prejudicial, mas um incentivo para que o fundo seja mais bem-sucedido, já que será graças ao trabalho exercido pelo administrador que você maximizará seus ganhos.

Tributação

Dois tributos incidem sobre os Fundos Multimercados: o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A alíquota do IR é de 15% para fundos de renda variável e debêntures incentivadas.

Para os fundos de curto prazo, as alíquotas:

  • até 180 dias: 22,5%;
  • acima de 180 dias: 20%.

Já no caso dos fundos de longo prazo, as alíquotas do IR são:

  • até 180 dias: 22,5%;
  • até 360 dias: 20%;
  • até 720 dias: 17,5%;
  • acima de 720 dias: 15%.

Ainda existe o come-cotas, que são parte do IR que o governo recebe antecipadamente a cada 6 meses. Ele é de 20% para investimentos a longo prazo e 15% a curto prazo. Entretanto, saiba que o come-cotas não existe na renda variável e debêntures incentivadas.

Quanto ao IOF, sua alíquota começa em 96% para aplicações retiradas em um dia. Porém, seu percentual cai gradualmente até 0% no 30º dia de investimento.

Há também tributações sobre a liquidez dos Fundos Multimercado. A Cota de Resgate e Liquidação de Resgate são itens referentes ao total de dias para que a posição seja revertida em cotas e o tempo necessário para que elas sejam transformadas em dinheiro em sua conta-corrente. Aqui, existem opções que podem passar de 30 dias para o resgate, por exemplo.

Quais são os tipos de fundos de investimentos?

Conforme a classificação oficial da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) —entidade responsável por regularizar e normatizar investimentos dessa natureza — existem quatro principais tipos de Fundos de Investimentos no Brasil. Veja, a seguir, quais são e conheça suas principais características.

Fundos de Renda Fixa

São aqueles que alocam, no mínimo, 80% dos seus recursos em ativos de Renda Fixa. Como exemplo, podemos citar: Tesouro Direto, CDBs, LCIs, LCAs, entre outros.

Uma variação é o Fundo de Crédito Privado, que aloca mais de metade dos seus recursos em ativos privados (como CDBs).

Fundo Cambial

São fundos que investem, no mínimo, 80% do seu patrimônio líquido em ativos focados em acompanhar a variação de valor entre moedas estrangeiras. Por conta de seu aspecto associado ao câmbio, existe maior grau de risco associado a essa modalidade.

Entretanto, vale conhecer mais sobre os responsáveis sobre sua administração para determinar se vale ou não a pena investir em fundos dessa natureza.

Fundo de Ações

Esses Fundos investem, no mínimo, 67% de todos os seus recursos em ações disponíveis na Bolsa de Valores ou em ativos que são derivados de ações.

Assim como o fundo cambial, essa modalidade está ligada a uma renda variável e envolve maior grau de risco, além de maior retorno. Portanto, vale verificar quais ações fazem parte do fundo, além de conhecer qual a participação de cada uma delas.

Fundo Multimercado

São todos os Fundos que não se encaixam nas categorias anteriores e têm liberdade para investir como quiserem. Isso significa que essa classe engloba diversos tipos de fundos com características distintas.

Assim, para definir se eles são uma boa ou má alternativa, é preciso contar com diversas informações sobre os ativos que compõem o fundo, seus custos de administração, prazo de investimento, entre outros quesitos importantes para conhecer mais sobre tal alternativa.

Quais são as categorias e estratégias de investimento?

Agora que você já sabe o que é um Fundo Multimercado, é preciso entender que existem diferentes categorias desses Fundos. Portanto, os Fundos são divididos com base na estratégia de investimento realizada pelo gestor. A Anbima classifica os Fundos Multimercados nas seguintes categorias.

Arbitragem

São fundos que operam em busca de distorções entre dois ativos diferentes no mercado. Por exemplo: uma estratégia pode ser a venda de uma posição no Ibovespa para comprar dólar americano em momento de queda da Bolsa de Valores.

Balanceados

São fundos multimercados que trabalham com diversificação de investimentos e com foco no longo prazo. Devem ter, em suas regras, o mix de ativos que deverá comprar, quanto será aplicado em cada classe e como as mudanças podem ser feitas.

Capital Protegido

Essa categoria de Fundo Multimercado é formada pela estratégia de buscar proteção total e parcial do investimento, mas sem abrir mão de uma boa rentabilidade potencial. São fundos que trabalham com vários ativos, mas não fazem alavancagem.

Estratégia específica

São fundos que trabalham com diversas classes de ativos, mas focam seus esforços em encontrar oportunidades de riscos muito específicas para obter lucro. Por exemplo: costumam investir em índices da economia ou em commodities.

Juros e moeda

Nessa categoria, os Fundos Multimercados investem em ativos de Renda Fixa cuja rentabilidade é atrelada ao risco de juros. Além disso, aplicam na variação de preços e na flutuação do valor das moedas estrangeiras.

Long & Short

Nessa categoria, o gestor do Fundo Multimercado realiza uma operação de short. Esse termo em inglês é o famoso “operar vendido”, ou seja, quando se vende uma ação alugada e que se espera que vá se desvalorizar. Com o dinheiro da venda, ele faz um long, que é a compra de papéis de uma empresa com tendência de apresentar valorização.

Macro

Nesses Fundos Multimercados, os gestores elaboram suas estratégias com base na antecipação do preço de determinados ativos com base em variações no cenário macroeconômico nacional.

Multiestratégia

São os Fundos que trabalham com mais de uma estratégia listada aqui em simultâneo. Nesse caso, os gestores exploram ao máximo a flexibilidade desses Fundos para buscar o melhor lucro possível com base na análise global da economia.

Multigestor

Esse é o caso de um Fundo Multimercado que tem mais de um gestor. A ideia é que cada profissional fique responsável por alocar parte do dinheiro em um ativo diferente, garantindo maior especialização na gestão do Fundo.

Trading

Nesta categoria, o foco do gestor é encontrar ganhos com base nos movimentos de curto prazo dos ativos, normalmente em questão de dias ou semanas.

Quais as vantagens e desvantagens dos Fundos Multimercados?

Agora que você já viu os principais aspectos sobre os Fundos Multimercados, é hora de conhecer quais são as principais vantagens e desvantagens dessa modalidade. Assim, você consegue adquirir mais consciência das suas possibilidades e custos.

Vantagens

Investir em Fundos Multimercados é uma excelente forma de diversificar a sua carteira de ativos. Por isso, se você está procurando por oportunidades de maximizar seus rendimentos com aporte inicial baixo, essa é a melhor escolha. Além disso, é possível operar com recursos superiores ao capital aplicado, potencializando ainda mais a rentabilidade de seus ativos e alavancar as suas operações.

Além disso, os Fundos Multimercados contam com uma gestão feita por especialistas. Dessa forma, os investidores têm a certeza de que seus ativos estão sendo geridos por profissionais especializados. Aqui, os gestores contam com maior flexibilidade e liberdade para ajustar suas estratégias de acordo com o cenário econômico, evitando perdas e maximizando o lucro de acordo com o surgimento de oportunidades.

Desvantagens

Todo investimento no mercado conta com seus pontos altos e baixos. Um dos principais aspectos que muitos investidores podem enxergar como algo negativo em relação aos Fundos Multimercado é sua alta volatilidade e riscos elevados. Eles são considerados investimentos menos conservadores, já que incluem ativos muito voláteis, como o câmbio. 

Sua baixa liquidez quando comparado a outros tipos de Fundos também é um aspecto que muitos acreditam ser um diferencial negativo. Por isso, ao investir nos Fundos Multimercado é preciso entender que alguns ativos têm liquidez menor e por isso existirá um prazo mais longo para fazer algum resgate em suas aplicações.

Por isso, é crucial analisar o seu perfil de investidor para avaliar se esse é o melhor tipo de investimento para você. Além disso, ao considerar suas regras mais flexíveis e abrangentes, ter conhecimento sobre o mercado é fundamental. Dessa forma, os Fundos Multimercados não são indicados para investidores inexperientes.

Quais são os custos e riscos de investir em Fundos Multimercados?

Agora que já entendemos bem quais os diferentes tipos de Fundos Multimercados, é hora de falar sobre os custos de investir nessa modalidade de aplicação financeira.

É preciso ter especial atenção às taxas cobradas para as aplicações nesses Fundos, pois elas podem diminuir consideravelmente os seus ganhos. Isso acontece, especialmente, se a aplicação não render o esperado. Existem quatro principais custos nessas operações. São eles:

  • Taxa de saída: é cobrada quando o investidor quer resgatar sua cota no Fundo. Normalmente, ela só é cobrada dentro de um determinado prazo, como forma de incentivar a aplicação por mais tempo;
  • Taxa de performance: é cobrada quando o rendimento supera um benchmark específico. É uma espécie de incentivo para que o gestor busque o melhor resultado possível;
  • Taxa de administração: é o pagamento mais comum e serve para remunerar a corretora, banco ou gestora do Fundo em questão;
  • IOF e Imposto de Renda: o IOF é cobrado apenas em resgates com menos de 30 dias da aplicação. Já o Imposto de Renda só é cobrado quando o Fundo investe em um ativo que é tributado. Nesse caso, ele é cobrado na fonte.

Entender as taxas e os riscos de investir em Fundos Multimercados é um passo importante na intenção de compreender se esse ativo é para você. Além disso, tais questões podem impactar na rentabilidade do investimento e diminuir os retornos obtidos por meio deles. Portanto, merecem atenção especial na hora de escolher a melhor alternativa.

Qual é o perfil do investidor ideal para os Fundos Multimercados?

Se você quer obter sucesso com investimentos em Fundos Multimercados, precisa entender que eles são feitos para um perfil a partir de moderado. Ou seja, perfis moderados e, em alguns casos, perfis agressivos, lembrando que o investidor moderado é aquele que busca um equilíbrio entre risco e rentabilidade potencial.

Já o agressivo tem alta tolerância a riscos e baixa ou nenhuma necessidade de liquidez em curto ou médio prazo. Bons exemplos disso são os Fundos de categoria Long & Short, naturalmente mais arriscados do que os de Capital Protegido.

Por isso, quem tem perfil mais agressivo também pode se interessar em alguns tipos de Fundos Multimercados. No entanto, eles não são investimentos recomendados para quem tem perfil conservador.

Quem é o público-alvo dos Fundos Multimercados?

Para investir nos Fundos de Investimento, é preciso entender além do seu perfil de investidor. Por isso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) separou três tipos de investidores para determinar o público-alvo dos Fundos Multimercados.

Investidores em geral

O tipo de investidor em geral considera qualquer pessoa que queria investir dinheiro em um ativo e obter rendimentos. Por isso, aqui, não há restrições em relação ao seu perfil e, desse modo, você faz parte do público-alvo dos fundos multimercados.

Investidores qualificados

Os investidores qualificados podem ser pessoas físicas ou jurídicas que contam com aplicações financeiras com valor superior ou igual a R$ 1 milhão. Além disso, essas condições devem ser atestadas por escrito.

Outro ponto que determina esse tipo de investidor é que eles não necessitam necessariamente da quantia mínima aplicada e podem obter a aprovação de algum exame de certificação aceito pela Comissão de Valores Mobiliários.

Investidores profissionais

Os investidores profissionais também podem ser tanto pessoas físicas ou jurídicas que tenham ao menos R$ 10 milhões aplicados no mercado financeiro com essas condições atestadas por escrito.

Quando vale a pena investir em fundos multimercado?

Entender quando vale a pena investir em fundos multimercados é importante e pode ajudar você a escolher o período adequado para realizar aportes nessa opção. Quer saber mais sobre em que momento é válido fazer essa opção? Então, continue lendo que esclarecemos para você!

Retornos ajustados aos riscos mais atraentes

Investir em fundos multimercados pode trazer mais risco à sua carteira de investimento. Desse modo, é importante entender que, apesar de haver vantagens, é necessário efetuar uma boa gestão para aproveitar todas as vantagens desse ativo.

Portanto, vale analisar o seu perfil de investidor antes de optar por essa aplicação. Além disso, procure ajuda de profissionais especializados e encontre fundos multimercados bem geridos. Com isso, você consegue retornos ajustados com maior nível de atratividade, além de compor o seu portfólio com ativos que geram boa rentabilidade e que, desse modo, valem a pena ter.

Conte com a ajuda de especialistas

A escolha do momento adequado para investir em um fundo multimercado pode não ser tão clara. Desse modo, ter o auxílio de quem entende do mercado a fim de entender quando essa alternativa faz sentido para o seu perfil e objetivos é fundamental.

Além disso, um profissional de mercado gabaritado e autorizado legalmente pode indicar os melhores fundos disponíveis no mercado. Isso é essencial para mitigar os riscos trazidos pela má gestão do patrimônio. Na Ativa Investimentos, você conta com pessoas especializadas e solicitas, prontas para lhe atender da melhor forma e também lhe amparar nas escolhas de ativos que façam sentido para o seu perfil.

Agora você já sabe bem o que são os Fundos Multimercados e se eles são ou não recomendados para você, com base no seu perfil de risco. Caso você tenha se interessado por eles, lembre-se de verificar a estratégia do gestor. Além disso, verifique o seu histórico de desempenho antes de comprar uma cota em um Fundo.

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